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Alemanha vigilante face potenciais ações de desinformação russas nas legislativas

epa09048680 A view of the Kremlin in center Moscow, Russia, 03 March 2021.  EPA/YURI KOCHETKOV

Berlim, 19 mar 2021 (Lusa) -- A Alemanha está vigilante e a preparar-se para potenciais operações de desinformação conduzidas pela Rússia durante as futuras eleições legislativas alemãs em setembro, disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, qualificando tais manobras russas como "inaceitáveis".

"Sabemos (...) que a Alemanha é um dos principais alvos na Europa das campanhas de desinformação russas, mas também das operações cibernéticas. Estamos a precaver-nos contra tal, mas é claro que queremos que isso acabe", afirmou Heiko Maas, quando questionado pelo canal Deutsche Welle sobre um potencial risco de ingerência por parte de Moscovo nas eleições legislativas alemãs de 26 de setembro deste ano.

Um estudo publicado no início de março pelos serviços da União Europeia (UE) apontou que "nenhum outro Estado-membro da UE é atacado mais ferozmente com desinformação do que a Alemanha".

"Espero que a experiência adquirida em outros locais nesta área permita que este não seja o caso durante a campanha eleitoral do Bundestag [parlamento] na Alemanha", acrescentou o chefe da diplomacia alemã, considerando ainda "completamente inaceitável que se tente influenciar a partir do exterior os processos democráticos de outros países, como a Alemanha".

Segundo o estudo da unidade de luta contra a desinformação do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), mais de 700 ações de desinformação visando a Alemanha foram identificadas desde 2015, contra as 300 dirigidas a França, as 170 a Itália e as 40 direcionadas a Espanha.

Estas operações foram particularmente expressivas nos últimos meses, uma vez que a Alemanha foi acusada pela diplomacia russa de ter aprovado vários pacotes de sanções contra Moscovo durante a sua recente presidência do Conselho de UE, entre julho e dezembro de 2020, de acordo com a mesma fonte.

O envolvimento de Berlim no caso do opositor russo Alexei Navalny também veio aumentar o clima de tensão.

Alexei Navalny, que acusou diretamente o Presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado a tentativa de envenenamento de que foi alvo em agosto de 2020, passou quase cinco meses na Alemanha a receber tratamento médico.

Ainda sobre este caso, laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas, demonstraram que o opositor esteve exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.

No início de setembro, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que Alexei Navalny tinha sido "vítima de um crime" que tinha como propósito "silenciá-lo", referindo então que só a Rússia "podia e devia" responder às "questões" levantadas por este caso.

 

Sofia Castro