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Após novo escândalo, Islândia elege parlamento pela segunda vez num ano

Reiquejavique, 26 out (Lusa) -- A Islândia realiza no sábado eleições legislativas, as segundas num ano e as quintas desde 2007, depois de um novo escândalo político ter provocado a queda do governo do primeiro-ministro conservador, Bjarni Benediktsson.


Foi o próprio primeiro-ministro, líder do Partido da Independência, quem anunciou em setembro a antecipação das eleições, depois de o partido centrista Futuro Radioso ter anunciado que retirava o apoio parlamentar ao governo de coligação formado nove meses antes.


Os centristas acusaram Benediktsson de ter escondido dos aliados políticos e da opinião pública que o pai, um dos empresários mais ricos da Islândia, assinou uma declaração de "restauração da honra" para um amigo, condenado a cinco anos e meio de prisão por abuso sexual de uma filha adotiva menor de idade.


No centro do escândalo está uma controversa disposição do código penal islandês que permite aos detidos que tenham cumprido pena solicitar uma tal declaração, para que possam, por exemplo, apresentar-se a eleições ou exercer advocacia.


Antigo ministro das Finanças, Benediktsson, foi ainda citado nos "Papéis do Panamá", revelados em 2016 e que envolveram centenas de islandeses com fundos em paraísos fiscais, levando à demissão do primeiro-ministro de então, Sigmundur David Gunnlaugsson.


Benediktsson, 47 anos, venceu as eleições de 29 de outubro de 2016 com 29% e conseguiu formar governo, em janeiro, depois de prolongadas negociações, formando uma coligação com o Futuro Radioso e o partido Renascimento (centro-direita).


Este executivo perdeu o apoio no Althingi, o parlamento monocamaral, ao fim de nove meses, tornando-se o executivo "mais efémero" do pós-guerra.


Para estas eleições, as sondagens apontam para um quase empate entre o partido conservador e o centro-esquerda do movimento Esquerda-Verdes, ambos com 20-25% das intenções de voto.


Os resultados vão ser conhecidos no sábado, após o fecho das urnas, às 22:00 (23:00 em Lisboa), mas o sistema de escrutínio a uma volta não permite uma maioria clara, exigindo negociações mais ou menos longas para a definição do panorama pós-eleitoral.


Se a direita perder, os islandeses voltarão a ser governados pelo centro-esquerda, o que só aconteceu uma vez desde a proclamação da República em 1944.


A primeira, entre 2009 e 2013, seguiu-se à grave crise financeira de 2008 e ficou marcada pela redação de uma nova Constituição, "pelos e para os cidadãos" e por políticas centradas na luta contra a corrupção.


O centro-esquerda não correspondeu, contudo, às expectativas da população de um regresso à prosperidade económica e os eleitores optaram pela direita nas eleições seguintes (2013).


Com cerca de 350.00 habitantes, a Islândia cresceu 7,6% em 2016, a taxa mais elevada entre todos os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).


Os dados mais recentes, relativos ao segundo semestre de 2017, são de uma taxa de crescimento de 3,4% e uma taxa de desemprego de 2,5%.



MDR // FPA


Lusa/Fim