A apresentar resultados para:
Ordem
Mais Recentes
Mais Recentes Mais Antigas
Data
Tudo
Na Última Hora Últimas 24 Horas Últimos 7 Dias Último Mês Último Ano Tudo Datas específicas

Berlim diz que imagens de satélite de Bucha contradizem versão russa

epa09871034 A handout satellite image made available by Maxar Technologies shows what appears to be the bodies of several civilians along Yablonska Street in Bucha, Ukraine, 19 March 2022 (issued 05 April 2022).  EPA/MAXAR TECHNOLOGIES HANDOUT -- MANDATORY CREDIT: SATELLITE IMAGE 2022 MAXAR TECHNOLOGIES -- THE WATERMARK MAY NOT BE REMOVED/CROPPED -- HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES

Berlim, 06 abr 2022 (Lusa) - A posição russa segundo a qual os cadáveres encontrados na cidade ucraniana de Bucha seriam uma encenação "não é sustentável”, tendo em conta as imagens de satélite recolhidas, estimou hoje o Governo alemão.

"As explicações dadas pelo lado russo, segundo as quais os eventos foram encenados ou que a Rússia não foi responsável pelas mortes, não são defensáveis aos nossos olhos", após uma "avaliação de imagens de satélite" publicadas, disse o porta-voz do Governo alemão, Steffen Hebestreit, numa conferência de imprensa em Berlim.

O responsável lembrou que "as forças armadas e de segurança russas foram enviadas para esta região em 03 de março" e que as "análises de imagens de satélite tiradas entre 10 e 18 de março de 2022 (...) mostram que as vítimas em Bucha estavam lá desde pelo menos 10 de março".

"Os homicídios cometidos por unidades das forças armadas e de segurança russas são, portanto, prova de que o presidente russo [Vladimir] Putin pelo menos aceitou essas violações dos direitos humanos e crimes de guerra para alcançar os seus objetivos", sublinhou Hebestreit.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, também disse hoje aos deputados alemães que "a afirmação cínica da Rússia de que esta é uma encenação volta-se contra aqueles que espalham essas mentiras".

"O homicídio de civis é um crime de guerra, deixemos claro, e os perpetradores e seus patrocinadores devem ser responsabilizados", acrescentou, referindo que apoia o princípio de uma investigação independente.

As autoridades ucranianas descobriram no fim de semana centenas de corpos com roupas civis em Bucha, a noroeste de Kiev, após a retirada dos russos, a quem atribuíram a responsabilidade.

Algumas imagens mostram cadáveres na rua, alguns com as mãos amarradas às costas, parcialmente mutilados ou lançados em valas comuns.

O Kremlin rejeitou "categoricamente" todas as acusações relacionadas, alegando que as imagens divulgadas eram "falsas".

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou estes como "os piores crimes de guerra" desde a Segunda Guerra Mundial e "genocídio".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, e feriu 2.195, entre os quais 266 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

BM // MLS

Lusa/Fim