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Berlim exige ao Facebook detalhes sobre utilização de dados e admite sanções

Berlim, 22 mar (Lusa) - A ministra da justiça alemã, Katarina Barley, pediu hoje ao Facebook para esclarecer se há utilizadores alemães afetados pela polémica que envolve o uso de dados de milhões de clientes para fins políticos, advertindo a empresa de possíveis sanções.


A social-democrata afirmou, numa declaração aos meios de comunicação no Bundestag (Parlamento alemão), que convidou o responsável do Facebook na Europa para uma reunião de esclarecimento que terá lugar em Berlim na próxima semana.


"Exijo uma explicação sobre como isto foi possível, se os utilizadores e utilizadoras de contas alemãs foram afetados e o que pensa fazer o Facebook para evitar que casos assim se repitam", referiu Barley.


Com base na legislação de proteção de dados nas empresas tecnológicas, em vigor desde maio, a ministra alemã prevê multas de até 4% da faturação global anual das instituições.


No caso do Facebook, a sanção máxima aplicada poderá chegar a mais de 1.600 milhões de euros.


Barley sublinhou que "os utilizadores deviam poder decidir por si próprios" e, no que toca à partilha da vida privada, "deve ser dada a opção de se decidir de uma forma muito específica e informada".


Neste sentido, a ministra alemã salientou ainda que os utilizadores e as autoridades nacionais precisam de "algoritmos mais transparentes", pelo que pediu "mais trabalho a nível europeu".


O Facebook tem estado no centro de uma vasta polémica internacional com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter recuperado dados de 50 milhões de utilizadores da rede social, sem o seu consentimento, para elaborar um programa informático destinado a influenciar o voto dos eleitores, favorecendo a campanha de Donald Trump.


A empresa fundada por Mark Zuckerberg afirmou-se "escandalizada por ter sido enganada" pela utilização feita com os dados dos seus utilizadores e disse que "compreende a gravidade do problema".


A chanceler Angela Merkel referiu na quarta-feira que a "Alemanha e a União Europeia devem colocar a pessoa como o centro do debate" e reivindicar "a soberania das pessoas sobre os seus dados", bem como a conservação do seu direito de decidir sobre a difusão de cada um deles.


Por sua vez, a secretária da cultura britânica afirmou que o Presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, prometeu alterações na rede social na sequência da polémica de violação de privacidade causada pela Cambridge Analytica.



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Lusa/Fim