Bolsonaro nega que ele e filho estão a ser investigados em caso que envolve ex-assessor
São Paulo, Brasil, 13 dez (Lusa) - O Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, disse na quarta-feira que nem ele nem o seu filho mais velho estão a ser investigados num caso que envolve movimentações suspeitas de dinheiro feitas por um ex-assessor.
"Deixo bem claro que eu e o meu filho [Flávio Bolsonaro] não somos investigados. Pelo que me consta este ex-assessor [Fabrício José Carlos de Queiroz] será ouvido pela Justiça na próxima semana. Se algo estiver errado, seja comigo, o meu filho ou com Queiróz pagaremos a conta deste erro", afirmou Jair Bolsonaro.
O futuro chefe de Estado brasileiro pediu ainda que sejam apuradas responsabilidades: "Se é minha, do meu filho, do Queiróz ou de ninguém", declarou.
"O [ex-assessor] Queiroz não estava a ser investigado, foi uma fuga de informações que houve", adiantou Jair Bolsonaro, defendendo que não devia haver informação reservada.
Para Bolsonaro, tudo deve ser divulgado, destacando: "O que nós temos de mais firme é o combate à corrupção e aconteça o que acontecer, enquanto eu for o Presidente, vamos combater a corrupção".
As declarações do futuro Presidente do Brasil foram feitas numa transmissão ao vivo na rede social Facebook, organizada por Jair Bolsonaro para informar a população sobre as medidas planeadas para o seu Governo, que vai tomar posse no dia 01 de janeiro,
A polémica sobre a atuação de um antigo assessor de Flávio Bolsonaro, deputado estadual no Rio de Janeiro que este ano foi eleito senador (membro da câmara alta do Parlamento brasileiro) e é filho mais velho do próximo Presidente do Brasil, começou quando um relatório do Conselho de Controlo de Atividades Financeiras (Coaf) se tornou público na semana passada.
A entidade, atualmente ligada ao Ministério da Fazenda, detetou nos movimentos bancários de Fabrício José Carlos de Queiroz transferências e levantamentos suspeitos no valor de mais de 1,23 milhões de reais (280 mil euros) entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, sendo que uma dessas transações foi efetuada para a conta da mulher de Bolsonaro.
O futuro Presidente do Brasil disse na última sexta-feira ao 'site' O Antagonista que a verba depositada na conta da sua mulher por aquele antigo assessor referia-se ao pagamento de uma dívida.
Fabrício José Carlos de Queiroz, amigo do Presidente eleito desde os tempos do Exército, pediu exoneração do gabinete de Flávio Bolsonaro no dia 15 de outubro.
CYR (MYMM) // SR
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