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Brexit: May contraria Trump e insiste que Londres é livre de firmar novos acordos após saída

Londres, 27 nov (Lusa) -- A primeira-ministra britânica refutou hoje as críticas do Presidente dos Estados Unidos ao acordo para o 'Brexit', insistindo que o Reino Unido terá a liberdade de firmar novos acordos comerciais, incluindo com Washington, após a saída da União Europeia.


Theresa May falava no País de Gales, a primeira etapa de um périplo pelo Reino Unido que a política conservadora irá realizar nos próximos dias para promover o acordo para o 'Brexit' (como é conhecido o processo da saída britânica da União Europeia), aprovado este fim de semana em Bruxelas, junto dos cidadãos britânicos.


Segundo a primeira-ministra britânica, "a declaração política que estabelece o marco futuro" da relação de Londres com a União Europeia (UE) "identifica claramente" que o Reino Unido terá uma política comercial independente e que poderá negociar acordos comerciais "com os países do resto do mundo".


"Teremos a capacidade, fora da UE, de tomarmos nós próprios as decisões sobre política comercial. Não será mais uma decisão tomada por Bruxelas", referiu.


"No que diz respeito aos Estados Unidos, já temos falado sobre o tipo de acordo que poderemos ter no futuro. Temos um grupo de trabalho estabelecido que está a funcionar muito bem, que já se reuniu várias vezes e que continua a trabalhar com os Estados Unidos nesse sentido", prosseguiu Theresa May.


Na segunda-feira, o Presidente norte-americano, Donald Trump, criticou o acordo para o 'Brexit', tendo classificado o texto como um possível obstáculo ao comércio com os Estados Unidos.


"Neste momento, parece que o Reino Unido não poderia negociar com os Estados Unidos e não creio que a primeira-ministra May quisesse isso. Espero que possa fazer algo em relação a isto", disse Trump, sem detalhar em que medida é que o acordo pode afetar as relações comerciais entre os dois países.


Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, o Presidente norte-americano, que se mostrou no passado favorável à saída do Reino Unido da UE, defendeu na mesma ocasião que, na sua opinião, o acordo alcançado no domingo "parece um grande negócio para a UE".


"Teremos de analisar seriamente se o Reino Unido está autorizado a negociar", acrescentou.


Os líderes dos 27 Estados-membros do bloco comunitário validaram no domingo, numa cimeira extraordinária em Bruxelas, o acordo de saída do Reino Unido da UE e a declaração política da relação futura entre as partes.


A primeira-ministra britânica notificou depois por escrito o parlamento britânico de que o governo tinha alcançado um acordo para a saída da UE, agendada para 29 de março de 2019.


O documento, que tem recebido duras críticas incluindo da própria bancada parlamentar do partido Conservador, tem votação prevista para 11 de dezembro na Câmara dos Comuns (câmara baixa do parlamento).


Depois desta passagem pelo País de Gales, a primeira-ministra britânica estará, ainda esta semana, na Irlanda do Norte e na Escócia.



SCA (AJO) // EL


Lusa/Fim