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Bruxelas acusa X de violar lei da UE com contas verificadas e ameaça multa pesada

epa10772444 An illustration pictures shows two mobile phones displaying the 'Twitter' and 'X' logos, in Los Angeles, California, USA, 27 July 2023. Twitter announced on 23 July that it will rebrand to X.  EPA/ETIENNE LAURENT

Bruxelas, 12 jul 2024 (Lusa) – A Comissão Europeia acusou hoje a rede social X (antigo Twitter) de violar a Lei dos Serviços Digitais por práticas enganosas com contas verificadas e falta de transparência, ameaçando com uma multa de 6% do volume de negócios anual.

“A Comissão informou hoje a X do seu parecer preliminar de que está a violar a Lei dos Serviços Digitais em domínios relacionados com padrões obscuros, transparência da publicidade e acesso dos investigadores aos dados”, indica a instituição em comunicado hoje divulgado.

Com a transparência e a responsabilidade em relação à moderação de conteúdos e à publicidade a estarem no cerne desta nova legislação comunitária, o executivo comunitário assinala que, após uma investigação aprofundada ao X iniciada em dezembro passado – na qual foram verificados documentos internos da empresa e foram ouvidos vários peritos –, tem agora “conclusões preliminares de incumprimento relativamente a três queixas”.

“Em primeiro lugar, a X concebe e utiliza a sua interface para as contas verificadas com a marca de verificação azul de uma forma que não corresponde à prática do setor e que engana os utilizadores”, refere Bruxelas, recordando que “agentes maliciosos motivados abusam da conta verificada para enganar” os internautas.

Ao mesmo tempo, “o X não cumpre a transparência exigida em matéria de publicidade, uma vez que não fornece um repositório de publicidade pesquisável e fiável, mas, em vez disso, criou características de conceção e barreiras de acesso que tornam o repositório inadequado para o seu objetivo de transparência perante os utilizadores”, acrescenta.

E, além disso, o antigo Twitter “não faculta aos investigadores o acesso aos seus dados públicos em conformidade com as condições estabelecidas” pela lei.

Cabe agora ao X exercer os seus direitos de defesa, examinando os documentos constantes do processo de investigação da Comissão e respondendo por escrito às conclusões preliminares, sendo que após tal procedimento a instituição pode decidir aplicar uma coima de até 6% do volume de negócios anual total a nível mundial e ordenar-lhe a adoção de ‘remédios’ para corrigir a infração.

A UE tornou-se, desde final de agosto passado e após um período de adaptação, a primeira jurisdição do mundo com regras para plataformas digitais como X, Facebook e Instagram, que passam a estar obrigadas a remover conteúdos ilegais.

As empresas que não cumprem esta nova legislação podem ter coimas proporcionais à sua dimensão, sendo que as companhias de maior dimensão podem ser sancionadas até 6% do seu volume de negócios global.

Estas obrigações devem-se à entrada da Lei dos Serviços Digitais na UE, no âmbito da qual a Comissão definiu 19 plataformas em linha de muito grande dimensão, com 45 milhões de utilizadores ativos mensais, que terão de cumprir as novas regras.

Por ter esta grande dimensão, o X foi designado em abril de 2023 como tendo de cumprir esta legislação comunitária.

A nova Lei dos Serviços Digitais foi criada para proteger os direitos fundamentais dos utilizadores ‘online’ e tornou-se numa legislação inédita para o espaço digital que responsabiliza plataformas por conteúdos ilegais e prejudiciais, nomeadamente desinformação.

Ana Matos Neves