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Bruxelas alega que sabotagens no Báltico são prova de ataques russos à UE

epa07255890 Russians policemen guard as people celebrate New Year on the Red Square in Moscow, Russia, 01 January 2019. Despite subzero temperatures vast crowd throng Moscow's Red Square for New Year celebration and watching the main festive fireworks of the country.  EPA/SERGEI ILNITSKY

Bruxelas, 21 jan 2025 (Lusa) - A sabotagem registada nos últimos meses no mar Báltico contra infraestruturas críticas é um "claro exemplo" dos ataques russos contra a União Europeia (UE), alertou hoje a vice-presidente da Comissão Europeia para a Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia.

"Qualquer dano nas infraestruturas críticas é muito grave para a transmissão de dados, gás e eletricidade. Isto cria mais tensão geopolítica e é um sinal claro dos ataques da Rússia à União Europeia", apontou Henna Virkkunen, num debate no Parlamento Europeu sobre estes incidentes.

Virkkunen recordou que o último "incidente grave" ocorreu no dia de Natal e afetou cabos de transmissão de eletricidade entre a Finlândia e a Estónia, bem como outros cabos de dados submarinos.

"O ataque aos cabos de dados submarinos não tem um impacto muito grave nestas telecomunicações, mas tem repercussões graves para a região (Báltica) em causa e para a União Europeia no seu todo", apontou a vice-presidente.

A política finlandesa sublinhou que tais ações "podem causar graves danos, o que seria muito significativo para a segurança ambiental e marítima na União Europeia".

Henna Virkkunen apelou ainda a "uma ação conjunta, combinando uma resposta civil e militar".

A este propósito, recordou que a declaração conjunta dos Estados Bálticos, em 14 de janeiro, na cimeira dos países desta região que também pertencem à NATO, mostra "uma posição firme de todos estes estados para agir".

"Precisamos de nos preparar para o pior cenário e criar uma abordagem apropriada", acrescentou.

A vice-presidente da Comissão Europeia garantiu que a UE dispõe de um vasto conjunto de instrumentos para proporcionar estabilidade às sociedades europeias e dispõe de ferramentas de prevenção e preparação contra tais incidentes, como a diretiva sobre cibersegurança, e instou os Estados-Membros a implementá-los "o mais rapidamente possível".

Virkkunen referiu-se ainda às sanções europeias contra a Rússia, que estão agora no seu décimo quinto pacote desde a invasão em larga escala da Ucrânia por Moscovo, há quase três anos, e que na sua última ronda se concentraram especialmente na chamada frota fantasma russa.

A finlandesa considerou que os 27 Estados-membros devem atuar em conjunto com a NATO, que é "um ator essencial" para a dissuasão em alto mar.

Henna Virkkunen garantiu que a Comissão Europeia está disposta a "fazer mais e a agir melhor nas atividades de deteção precoce, bem como na recuperação da capacidade", anunciando que está a trabalhar para identificar ações concretas que possam melhorar estruturalmente a resiliência e a segurança dos cabos submarinos.

Já o ministro dos Assuntos Europeus polaco, Adam Szlapka, cujo país ocupa a presidência rotativa do Conselho da UE, também sublinhou no seu discurso ao Parlamento Europeu que se verificou recentemente "um aumento preocupante das atividades híbridas atribuídas ou ligadas à Rússia", citando "a exploração de migrantes, a sabotagem, os incêndios, os ataques a sistemas de satélite", bem como "ataques a indivíduos, ataques cibernéticos e desinformação".

"Todas estas ações visam atacar a nossa democracia e a nossa segurança, bem como a coesão das nossas sociedades, do Estado e do Estado de direito", alertou.

Adam Szlapka destacou, em concreto, a frota clandestina russa, alertando que "não só alimenta a máquina de guerra da Rússia contra a Ucrânia, ao fazer subir os preços do petróleo, como também põe em risco a segurança da União Europeia e do mundo em geral".

Diogo Caldas