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Chefe da diplomacia do Brasil critica ‘tecnototalitarismo’ nas redes sociais

Nações Unidas, Genebra, 22 fev 2021 (Lusa) - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, criticou hoje no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) o que chamou de 'tecnototalitarismo' nas redes sociais e apelou a medidas globais para combater o problema.

Araújo disse que este 'tecnototalitarismo' é efetuado quando comentários e contas nas redes sociais são apagados.

O representante do Governo brasileiro também denunciou o que chamou de "abuso de algoritmos" nas redes sociais para controlo dos conteúdos, bem como "a onda crescente de controlo da internet por diversos atores, motivados por razões económicas e ideológicas".

Segundo Araújo, "sociedades inteiras estão a habituar-se à ideia de que é preciso sacrificar a liberdade em nome da saúde".

O ministro frisou, porém, que não criticava "as medidas de 'lockdown' [confinamento] e semelhantes que tantos países aplicam, mas não se pode aceitar um 'lockdown' do espírito humano, o qual depende fundamentalmente da liberdade e dos direitos humanos".

Araújo pediu para debater essa situação em fóruns internacionais como o próprio Conselho, num momento em que, considerou, a informação e a comunicação "estão cada vez mais sujeitas a censura, controlo e ação policial da sociedade."

Redes sociais como Twitter, Facebook ou Instagram já apagaram comentários ou vídeos do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, nos últimos meses, considerando os conteúdos "desinformação" na luta contra a pandemia de covid-19.

As empresas que criaram e administram as maiores redes sociais do mundo, porém, não bloquearam as contas do Presidente brasileiro como fizeram em janeiro com as contas do então Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Também foram apagados recentemente comentários em redes sociais de outras figuras públicas e polémicas como o ex-prefeito de Nova Iorque Rudy Giuliani, próximo a Trump, e do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

O ministro brasileiro reconheceu que as novas tecnologias da informação, como muitas anteriormente desenvolvidas pelo homem, têm um certo "poder disruptivo", mas destacou que a tarefa atual é criar instrumentos para que elas continuem a promover a liberdade e a criatividade.

 

Carolina de Ré