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Coligação Evoluir Oeiras questiona contrato com empresa para avaliar desinformação nas redes sociais

epa09506182 Facebook, WhatsApp and Instagram icons are seen on a mobile device in Belgrade, Serbia, 04 October 2021. Facebook's services and applications: Instagram, WhatsApp and Messenger went down on Monday 04 october in various parts of the world, users denounced on the Downdetector website.  EPA/ANDREJ CUKIC

Oeiras, Lisboa, 07 out 2021 (Lusa) - Os eleitos pela coligação Evoluir Oeiras (BE, Livre, Volt) questionaram hoje a decisão da Câmara Municipal, presidida por Isaltino Morais, de celebrar um contrato com uma empresa para "avaliar informação e desinformação encontrada ou disseminada nas redes sociais".

As preocupações levantadas pela coligação Evoluir Oeiras, que elegeu uma vereadora e três deputados municipais nas eleições autárquicas do dia 26 de setembro, surge depois de uma notícia da SIC, que dá conta que a Câmara Municipal de Oeiras contratou os serviços de uma empresa liderada pelo antigo espião Jorge Silva Carvalho e por um inspetor da Polícia Judiciária em licença sem vencimento.

De acordo com a SIC, o contrato assinado com a empresa "Jupiter Wisdom" tem a duração de um ano (celebrado em 30 de agosto) e prevê o pagamento de 39 mil euros, tendo como intuito "investigar a alegada desinformação nas redes sociais dos habitantes de Oeiras (distrito de Lisboa), através de inteligência artificial".

"É com grande perplexidade e preocupação que vemos um executivo municipal celebrar contratos com fins dúbios, o de analisar a desinformação das redes sociais. Iremos averiguar quais as implicações no âmbito do direito à privacidade dos cidadãos e ao resguardo da proteção de dados", refere a coligação, em comunicado.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, fonte oficial da Câmara Municipal de Oeiras justifica a contratação da empresa com o facto de o executivo municipal estar preocupado com a criação de "distorções da realidade" que têm originado a queda sucessiva do município nos rankings que avaliam a "capacidade de atração de empresas".

"Em alguns rankings, Oeiras cai sucessivamente na capacidade de atração de empresas ou novos negócios e isto acontece quando está atualmente em construção, no concelho, o maior complexo de escritórios do país, o World Trade Center. Como pode um território que é capaz de atrair algumas das maiores empresas internacionais (Google, Cisco, BP, OutSystems, o WTC, entre outras) estar a perder competitividade?", questiona a autarquia.

A Câmara de Oeiras explica ainda que, paralelamente, pretende também "perceber as queixas específicas dos munícipes nas redes sociais", permitindo, desta forma, ao município "melhorar o seu desempenho e o nível de serviço prestado".

"A contratação de uma empresa especializada que conta, nos seus quadros, com altos quadros da administração na área da "inteligência" e investigação só pode constituir uma mais-valia para o município", sublinham.

A coligação Evoluir Oeiras elegeu para a Câmara Municipal de Oeiras a vereadora Carla Castelo e para a Assembleia Municipal os deputados municipais Mónica Albuquerque, David Ferreira e Tomás Cardoso Pereira.

O candidato independente Isaltino Morais foi reeleito presidente da Câmara Municipal de Oeiras nas eleições autárquicas de 26 de setembro.

O segundo partido mais votado foi o PS, com 10,52% e um mandato (que já detinha), e o terceiro foi o PSD/MPT, com 7,91% e um mandato (que já detinha).

Em quarto lugar ficou o BE-Livre-Volt, com 7,27% dos votos, obtendo, pela primeira vez, um mandato para a autarquia de Oeiras.

 

Fábio Canceiro