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Comité económico e social: Maior parte da desinformação na UE tem origem interna

epa12032686 President of the European Economic and Social Committee (EESC), Oliver Ropke (back), attends the informal meeting of EU Ministers for Social Affairs, organized as part of Poland's presidency of the EU Council, at Warsaw Citadel in Warsaw, Poland, 15 April 2025.  EPA/Marcin Obara POLAND OUT

Lisboa, 25 mai 2025 (Lusa) - O Presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE), Oliver Röpke, assegurou que a maior parte da desinformação que afeta a União Europeia (UE) tem origem interna.

Em entrevista à agência Lusa, o responsável explica que parte da desinformação tem origem em países como a Rússia, Bielorrússia ou China, “mas a maior parte vem de dentro, tendo cada Estado diferentes formas de origem e disseminação de desinformação”.

"Neste sentido, resolver a situação geoestratégica não significa vencer esta guerra, acima de tudo, é preciso vencer esta guerra cá dentro. Não se pode combater a desinformação dentro da UE e ignorar o que se passa fora da Europa", pois na guerra da desinformação, "se não se jogar no mesmo campo de batalha pode perder-se", reiterou Röpke.

O presidente do CESE destacou a forma como a UE e os estados-membros estão a combater este fenómeno, mencionando o Plano de Ação para a Democracia Europeia e a Lei dos Serviços Digitais (DSA), medidas que considera importantes, mas não suficientes.

"É necessário ir mais longe e de mãos dadas entre a sociedade civil e os parceiros sociais", defendeu.

Segundo o responsável, é necessário salvaguardar o espaço cívico e os direitos humanos, num momento em que um pouco por toda a Europa não há "apenas a desinformação, mas também o crescimento das sociedades muito polarizadas”.

Atualmente, na Europa vive-se num "ambiente de permanente desafio para os direitos humanos, tendo a luta contra a desinformação como prioridade chave", pelo que é crucial o envolvimento da sociedade civil.

Apesar disso, "a sociedade civil não pode vencer esta batalha se tomar apenas medidas legislativas, tem de haver um esforço conjunto", uma mobilização de toda a sociedade e, ao mesmo tempo, de muitos parceiros sociais. Assim, "o diálogo social e a negociação coletiva são também uma medida participativa, mesmo uma medida democrática, que serve para fortalecer a credibilidade e, no final, lutar contra a desinformação".

Nesta perspetiva de diálogo e cooperação internacional, Oliver Röpke destaca o combate da desinformação em países além da comunidade europeia, como no Brasil, afetado sobretudo pela desinformação 'online'.

O Presidente do CESE concluiu com a ideia de que no caso brasileiro é necessário lutar em conjunto pelo reestabelecimento da sociedade civil e das estruturas de diálogo social.

Paulo Resendes