A apresentar resultados para:
Ordem
Mais Recentes
Mais Recentes Mais Antigas
Data
Tudo
Na Última Hora Últimas 24 Horas Últimos 7 Dias Último Mês Último Ano Tudo Datas específicas

EUA acusam China e Rússia de promover desinformação na América Latina

epa07931352 Panamanian President Laurentino Cortizo (L) and the Acting Deputy Secretary for Western Hemisphere Affairs of the United States, Michael Kozak (R), take part in the opening ceremony of the first liquefied natural gas (LNG) plant in Central America, located near Colon, Panama, 18 October 2019. The first liquefied natural gas (LNG) plant in Central America, located on the Caribbean coast of Panama and with an investment of 1,150 million dollars, is ready to begin exporting the hydrocarbon to the rest of the countries in the region, after opening this Friday a mega storage tank of 180,000 cubic meters. 'What this storage tank is going to allow for many other generation plants (of energy in the region) that operate today based on bunker or diesel to use natural gas' said Andres Gluski executive president of AES, the US company that built the project.  EPA/Carlos Lemos

Washington, 13 mai 2020 (Lusa) -- Os Estados Unidos acusam os governos da China e da Rússia de usarem os aliados dos regimes cubano e venezuelano para disseminarem desinformação na América Latina, em plena pandemia de covid-19.

Michael Kozak, secretário adjunto interino do escritório de assuntos do hemisfério ocidental do Departamento de Estado norte-americano, disse hoje ter provas de que Moscovo e Pequim estão a usar a sua esfera de influência em Cuba e na Venezuela para controlar a narrativa global sobre o combate à pandemia de covid-19.

Numa videoconferência de imprensa que a Lusa acompanhou, Kozak disse que a China e a Rússia estão a concertar esforços para uma alargada rede de propaganda e desinformação na América Latina, tirando proveito da vulnerabilidade de muitos dos países mais afetados pela pandemia para passar a sua versão de superioridade no combate à propagação do novo coronavírus.

Na videoconferência, também Lea Gabrielle, coordenadora do gabinete de contacto global, do Departamento de Estado, disse ter provas do "poderoso esforço" que está a ser feito por Moscovo e Pequim para usar centenas de meios de comunicação em língua espanhola de forma a distorcer a realidade da atual pandemia.

Lea Gabrielle deu o exemplo de imagens de vídeo, difundidas por várias estações de televisão da América Latina e por páginas 'online' de diferentes 'media' da região, em que se criava a ideia de que o Governo do Equador estava a queimar cadáveres de vítimas da pandemia nas ruas, para poderem lidar com o problema do agravamento dos números de mortes.

"Na verdade, as imagens eram totalmente manipuladas. Tratava-se de imagens de pneus a arder em ruas do Equador, durante manifestações que ocorreram há vários anos", referiu Gabrielle, para ilustrar o que considera ser a "tática de desinformação em massa" orquestrada pelos governos russos e chinês.

Michael Kozak disse saber que Rússia, China e Irão estão a usar os regimes de Cuba e da Venezuela para produzirem e disseminarem elevada quantidade de informação distorcida sobre o combate à pandemia, com o fim de realçar a forma desastrosa como as democracias ocidentais estão a falhar no combate à propagação do novo coronavírus.

Os dois responsáveis do Departamento de Estado norte-americano dizem que, nos últimos meses, a China tem desenvolvido um alargado plano de propaganda global para criar a narrativa de que o país onde teve origem a pandemia de covid-19 é também o país mais eficaz a combatê-lo, ao mesmo tempo que procura expor a fragilidade dos países ocidentais, em particular dos EUA, nessa crise sanitária.

"A melhor arma que temos para combater essa propaganda é a verdade. Temos de continuar a defender a verdade", disse Gabrielle, depois de Kozak ter denunciado o forte investimento que a China e a Rússia estão a fazer para controlar meios de comunicação social na América Latina.

"Não podemos competir com eles. Nem queremos competir com eles nessa estratégia. A nossa opção é a transparência", disse Kozak, mencionando o investimento bilionário que está a ser feito pela China e pela Rússia em empresas que produzem perfis falsos nas redes sociais ou programas de informação com conteúdos distorcidos para serem difundidos em 'media' da América Latina, com a colaboração e apoio dos regimes de Cuba e da Venezuela de Nicolas Maduro.

"O Partido Comunista Chinês está particularmente ativo, mexendo a sua teia de influência junto do Governo de Cuba e do regime venezuelano de Maduro para criarem um ecossistema global de desinformação, com particular incidência na América Latina", denunciou Lea Gabrielle.

No final da videoconferência, que a Lusa acompanhou juntamente com um grupo de jornalistas internacionais, os responsáveis do Departamento de Estado norte-americano deixou um apelo aos "meios de comunicação livres e independentes" para denunciarem estas práticas abusivas de informação por parte de Moscovo e de Pequim.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

RJP // EL

Lusa/Fim