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Suíça pede à imprensa chinesa que remova artigos que citam perfil falso

epaselect epa06914811 A view of a logo for the company Twitter on the floor of the New York Stock Exchange in New York, New York, USA, on 27 July 2018. Shares of the social media company fell over 20 percent after reporting a decline in active users.  EPA/JUSTIN LANE

Pequim, 11 ago 2021 (Lusa) -- A embaixada da Suíça em Pequim instou hoje a imprensa chinesa a remover os artigos que citam um suposto biólogo suíço a criticar a politização da origem da covid-19, após ter descoberto tratar-se de um perfil falso.

Numa mensagem difundida através da rede social Twitter, a embaixada disse que o suposto biólogo, identificado como Wilson Edwards, provavelmente "não existe".

Órgãos como a televisão estatal CGTN e os jornais oficiais Shanghai Daily e Global Times citaram Wilson Edwards, com base no seu perfil na rede social Facebook.

Muitos dos órgãos removeram, desde então, as referências àquele perfil.

"Embora apreciemos a atenção dispensada ao nosso país, a embaixada da Suíça infelizmente deve informar o público chinês que esta notícia é falsa", escreveu a missão diplomática.

A mesma fonte informou que a conta no Facebook foi aberta há duas semanas e tinha apenas três amigos.

"É provável que a conta no Facebook não tenha sido aberta para fins de rede social", acrescentou.

A embaixada realçou que não há registo de um cidadão suíço com o nome "Wilson Edwards" e nenhum artigo académico assinado com aquele nome.

Num artigo publicado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily, Wilson Edwards disse estar "consternado" com a "politização do rastreamento da origem da covid-19".

Nas redes sociais, o jornal oficial Shanghai Daily escreveu: "Biólogo europeu diz que grupo consultivo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para rastrear as origens de patógenos, incluindo o vírus responsável pela pandemia da covid-19, tornou-se uma ferramenta política".

O suposto biólogo afirmou ainda estar preocupado com a "independência da OMS" e acusou os Estados Unidos de estarem "tão obcecados em atacar a China na questão do rastreamento da origem que não querem ver os dados e descobertas".

Os Estados Unidos e a OMS estão a pressionar a China para que permita uma investigação mais aprofundada ao Instituto de Virologia de Wuhan.

A cidade de Wuhan, situada no centro da China, diagnosticou no final de 2019 os primeiros casos do novo coronavírus no mundo.

A teoria de que o vírus escapou daquele laboratório foi inicialmente descartada pela OMS, que apontou como provável a origem animal, mas, nas últimas semanas, a agência da ONU mudou de postura e passou a alinhar com as pressões de Washington.

A imprensa oficial chinesa tem também promovido várias teorias sobre a origem do vírus, incluindo vincular a sua origem a um laboratório do exército dos EUA ou à importação de alimentos congelados oriundos de Itália.

 

João Pimenta