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Eleições nos EUA, Brasil e Israel “inundadas” de desinformação

epa07849841 A Trump supporter wears a t-shirt reading 'Fake News' as he waits for the arrival of President Donald Trump in front of the Beverly Hills Hotel in Beverly Hills, California, USA, 17 September 2019. Trump is on a two-day trip to California to raise money for his 2020 election campaign.  EPA/ETIENNE LAURENT

Washington, 27 dez 2022 (Lusa) – As eleições nos Estados Unidos, Brasil e Israel foram inundadas com várias formas de desinformação, difundidas normalmente através das redes sociais com o objetivo de lançar dúvidas sobre os processos democráticos.
Um tsunami de ‘fake news’ atingiu o Twitter, Facebook, TikTok e YouTube, quer através de fotos falsas destinadas a manipular os eleitores, ou com os chamados vídeos “deepfake” ou "hyperfaking", uma tecnologia de inteligência artificial que substitui um rosto por outro, refere a agência de notícias France-Presse (AFP).
Estas plataformas que concentram e ligam milhões de pessoas em todo o mundo são acusadas de não fazer o suficiente para combater a ameaça.
Muitos candidatos norte-americanos às intercalares de novembro utilizaram as táticas antidemocráticas de Donald Trump, que ficaram célebres em 2020 nas presidenciais em que o republicano alegou fraude eleitoral quando perdeu para o democrata Joe Biden.
Ao contrário das previsões dos republicanos, que esperavam uma “onda vermelha” nas intercalares, a maioria dos candidatos ‘protegidos’ pelo ex-Presidente norte-americano sofreram derrotas amargas.
Os líderes do Partido Republicado “parecem aceitar a ideia de que abraçar a teoria da conspiração levou a más escolhas de candidatos, reduziu a mobilização dos eleitores, semeou a desconfiança entre os eleitores, entre outros males”, realçou Mike Caulfield, investigador do Centro para um Público Informado, da Universidade de Washington.
No Brasil, onde uma segunda volta colocou o atual Presidente Jair Bolsonaro contra o candidato de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva no final de outubro, a campanha eleitoral foi repleta de desinformação, o político de extrema-direita seguiu os passos de Trump, alegando fraude eleitoral, sem apresentar provas.
Lula acabou por ser eleito Presidente do Brasil, com as sondagens a demonstrarem que a maioria dos brasileiros ainda confia no voto eletrónico.
No entanto, analistas alertaram que a luta contra a desinformação está longe de estar ganha no Brasil.
Também em Israel, o Likud, partido de Benjamin Netanyahu, iniciou a campanha "Pare com a Fraude" assim que os resultados foram anunciados. As denúncias foram feitas pelo partido e os seus simpatizantes para, segundo os analistas, aumentar as hipóteses de vitória eleitoral.
"O Likud estava a vender alegações de que a votação foi fraudulenta, que a comissão eleitoral de Israel era controlada pelo 'Estado profundo'", a ideia de que altos funcionários controlam secretamente a máquina do governo, sublinhou Achiya Schatz, do grupo anti-desinformação FakeReporter.
O Likud e os seus aliados de direita conquistaram a maioria dos lugares no Parlamento, abrindo caminho para o regresso ao poder de Netanyahu, que não contestou o veredicto nas urnas.
A sombra de Donald Trump também paira sobre a política húngara, onde as eleições de abril foram repletas de desinformação.
O partido Fidesz, do primeiro-ministro de extrema-direita, Viktor Orbán, "aproveitou ao máximo o seu controlo sobre os ‘media’ para espalhar alegações e acusações factualmente incorretas ou enganosas contra os seus oponentes”, apontou um estudo do centro de investigação húngaro Political Capital.
Em todo o mundo a desinformação tem tendência a aumentar à volta dos atos eleitorais, o que corrói a confiança da população nas instituições democráticas e pode levar ao caos, com alguns a tentarem manipular os resultados.
Nas Filipinas, a desinformação nos ‘media’ atingiu níveis “sem precedentes” durante as presidenciais de maio, enquanto no Quénia, os candidatos presidenciais William Ruto e Raila Odinga foram acusados de recrutar “combatentes” digitais, com as ‘fake news’ a surgirem um ano antes até às eleições de agosto.
As eleições estão marcadas para o próximo ano na Nigéria e táticas semelhantes estão a começar a surgir ‘online’.

DMC // RBF
Lusa/Fim