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QAnon é um movimento conservador e cristão, minimiza adepto no Brasil

People take part in a demonstration opposing the mandatory wearing of face masks in Montreal, Saturday, September 12, 2020, as the COVID-19 pandemic continues in Canada and around the world. THE CANADIAN PRESS/Graham Hughes

 

São Paulo, 26 out (2020) -- Um catalisador de diferentes teorias da conspiração criado nos Estados Unidos, o QAnon, ganha cada vez mais adeptos no Brasil, onde muitas pessoas consideram o movimento legítimo por defender valores conservadores e cristãos.

Esta é a posição do professor Stuart Linhares, de 55 anos, que segue perfis ligados ao QAnon: "o importante não são as mensagens em si, porque as mensagens podem ser verdadeiras ou podem ser equivocadas. O que é importante é a parte, o pilar do QAnon, que é conservador cristão e a luta contra o 'establishment' mundial, que quer um governo único".

"O QAnon na sua estrutura é um movimento legítimo que surgiu porque não podemos bater de frente com as forças, é um movimento de mobilização da opinião pública, pelo que eu entendo. Ele serve para as pessoas verem que estão a ser manipuladas em tudo", acrescentou.

Embora afirme não conhecer nenhum grupo específico ou membro do QAnon no Brasil, o professor defende que o movimento é constituído de perfis e geradores de informação cujo objetivo seria "consciencializar a população que está a ser enganada" pelas elites.

Stuart também explicou que entrou em contacto com o QAnon quando um amigo lhe enviou referências e 'links' na rede social Twitter. A partir daí, começou a acompanhar canais como o Limes Germânicos, atualmente bloqueado pelo Youtube, e outros perfis que propagam teorias consideradas falsas nas redes sociais.

"Analisando de modo cético fui percebendo que algumas coisas tinham fundamento. O QAnon é um movimento que realmente alerta contra um projeto de censura mundial e passei a investigar isto", defendeu Stuart.

"Há agentes controladores de 'fake news' que têm o poder de censurar, de escolher, de definir o que pode e o que não pode ser comunicado na internet (...) Estes agentes foram escolhidos pelo próprio Facebook entre [Organizações não governamentais] ONG. Eu sou contra censores de conteúdo", acrescentou.

O movimento QAnon nasceu na extrema-direita norte-americana em 2017 dentro de fóruns na internet, onde um anónimo (QAnon) passou a fazer publicações com informações falsas em que alegava ter informações secretas de agências de segurança sobre um complô liderado por uma elite corrupta formada por pedófilos satanistas que sequestravam e sacrificavam crianças.

Esta elite seria composta por políticos do Partido Democrata como Barack Obama, Hillary Clinton e Bill Clinton, empresários como George Soros e Bill Gates, os 'media' e até mesmo atores de Hollywood.

De acordo com os adeptos das teorias, Donald Trump teria tomado conhecimento do problema e tornou-se Presidente dos Estados Unidos para travar uma guerra secreta e libertar o país.

No Brasil, a liderança contra forças alegadamente perversas da elite seria comandada pelo Presidente, Jair Bolsonaro que, para Stuart, é o único líder que enfrentou famílias políticas poderosas que concentram o poder e impedem o desenvolvimento do país.

"Ele [Bolsonaro] mexeu em algo que nenhum Presidente, nenhum estadista mexeu. Na estrutura do poder. A nossa estrutura do poder está muito clara. Nós, o povo normal, que trabalha, que recolhe impostos, [estamos] contra eles, uma elite que está aí [no poder] a mais de 30 anos", defendeu.

Questionado se acredita em acusações veiculadas pelas teorias do QAnon sobre uma alegada rede global que envolveria uma série de instituições, políticos e personalidades da elite mundial ligados a sequestros de crianças e pedofilia, Stuart declarou que tem total certeza da veracidade das acusações e incluiu o Brasil.

"Acho que no Brasil tem muito [pedófilos] A ministra Damares [Alves, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos] mostrou e isto é muito grave. É só você investigar o sumiço das crianças no Brasil", frisou.

"No Brasil ainda não emergiu as coisas, mas tem. Não é normal a quantidade de crianças sequestradas e desaparecidas. Eu creio que há uma rede de pedofilia no Brasil que sequestra crianças. É uma opinião pessoal minha", concluiu.

 

Carolina da Ré