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Esquerda brasileira dividida nas reações ao ataque a Bolsonaro

Brasília, 07 set (Lusa) -- A esquerda brasileira está dividida nas reações ao atentado contra o candidato da extrema-direita à Presidência, Jair Bolsonaro, considerando que foi um "pseudo-atentado contra um candidato fascista" ou um "ato grave", noticiou o jornal Folha de São Paulo.


As opiniões vieram, respetivamente, de dois candidatos ao Senado em São Paulo, Nivaldo Orlandi (PCO) e Eduardo Suplicy (PT), num evento, de cariz progressista, paralelo às paradas militares do Dia da Independência.


"Ninguém viu sangue nenhum. Vimos um grande chororô da imprensa, das lideranças ditas democratas. Agora, esse anjinho fascista, será que merece a nossa solidariedade?", questionou Nivaldo Orlandi.


Por outro lado, em entrevista ao Folha de São Paulo, Eduardo Suplicy fez referência a Gandhi e Martin Luther King, "modelos pacifistas a seguir".


"Estou indignado com a facada que recebeu Jair, ainda que discorde das suas ideias, das suas provocações. Não podemos tomar do cálice da violência, do ódio, da vingança", disse o candidato do PT.


"Muito se fala que Bolsonaro sofreu violência. Ele é a própria violência, quando diz que as mulheres podem ser estupradas. [. Quando a gente planta vento, colhe tempestade", referiu, por seu lado, a líder da Marcha Mundial das Mulheres, Sónia Coelho.


O candidato à Presidência brasileira Jair Bolsonaro, atingido na quinta-feira por uma facada durante um ato de campanha em Minas Gerais, foi transferido hoje para um hospital de São Paulo, anunciou o seu filho.


Flávio Bolsonaro mandou ainda uma mensagem para os atacantes do seu pai: "Uma mensagem para esses bandidos: eles acabaram de eleger o novo Presidente, e isso será feito na primeira volta".


Segundo uma sondagem divulgada na quinta-feira - a primeira após o Tribunal Superior Eleitoral ter rejeitado a candidatura de Lula da Silva (PT) -, Jair Bolsonaro lidera a corrida eleitoral de outubro, com 22% das intenções de voto.


Na campanha, Bolsonaro defende os valores tradicionais da família cristã, o porte de armas e 'prega' que o combate à violência no Brasil, país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017, deve ser feito de forma violenta pelas autoridades.


Entre as propostas mais polémicas para a área de segurança pública está a implantação de uma figura jurídica no sistema legal que impediria o julgamento criminal de homicídios cometidos por polícias em serviço.


O candidato declarou, também, que se for eleito não vai aplicar recursos do Governo em instituições que atuam em defesa dos direitos humanos, afirmando pretender retirar o Brasil do Comité de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).


Bolsonaro foi acusado pela Procuradoria-Geral do Brasil do crime de racismo, em 2016, quando comparou com animais os descendentes de negros africanos que fugiram antes da abolição da escravatura e vivem em comunidades rurais demarcadas no interior do Brasil.O candidato também responde num processo por declarações homofóbicas, feitas num programa de televisão e é investigado por suposta apologia ao crime de tortura.


A última acusação baseia-se na homenagem que fez ao coronel Brilhante Ustra, reconhecido torturador brasileiro, no momento em que votava a favor da destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff, que anos antes de entrar para a política foi presa e torturada durante a ditadura militar.



MYMM (PVJ) // VM


Lusa/Fim