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Conteúdos gerados por IA tiveram impacto negativo na informação em 2024

epa04948730 Cameras after the cancellation of the FIFA press conference at the FIFA headquarters in Zurich, Switzerland, 25 September 2015. The FIFA Executive Committee meeting takes place from Sept. 24-25, 2015. Key points of the FIFA Executive Committee meeting are the preparations of various FIFA competitions, the task force on women's football, the reform process as well as the approval of the agenda for the extraordinary FIFA Congress on 26 February 2016 in Zurich.  EPA/WALTER BIERI  EPA/WALTER BIERI

Lisboa, 03 dez 2024 (Lusa) – Os conteúdos gerados por Inteligência Artificial (IA), ou seja, vídeos, vozes, imagens e textos tiveram um impacto negativo na informação este ano, concluiu a maioria dos especialistas consultados num estudo do IPIE - International Panel on the Information Environment. Segundo um comunicado do IPIE e da FCH-Católica, membro do painel, o relatório conta com a participação de mais de 400 especialistas em media e informação de mais de 60 países e “destaca o impacto da tecnologia de Inteligência Artificial (IA) nos conteúdos informativos”, sendo que “a larga maioria dos especialistas (63%) acredita que vídeos, vozes, imagens e textos gerados por IA impactaram negativamente o ambiente informativo global em 2024”.

Na mesma nota, lê-se que “mais de dois terços (67%) dos especialistas estão preocupados com o impacto crescente das tecnologias de IA nos próximos cinco anos”.

Este estudo mostra ainda “uma preocupação crescente”, indicaram, destacando que, “enquanto pouco mais da metade (54%) dos especialistas previa um agravamento das condições do ambiente informativo em 2023, o número sobe agora em 2024 para os 63%, sendo a preocupação particularmente acentuada nos países do Hemisfério Sul, onde três quartos dos especialistas (75%) expressam um forte pessimismo em relação ao futuro do ambiente informativo”.

Os especialistas do painel apontaram ainda “os proprietários das plataformas de redes sociais como a maior ameaça ao ambiente informativo, seguidos por governos nacionais e estrangeiros, políticos e partidos políticos”.

Por outro lado, “três quartos (77%) dos investigadores estão preocupados com a capacidade de entender os desafios futuros ou de criar boas políticas públicas, devido ao pouco acesso a dados para pesquisa”, com o estudo a concluir ainda pela “necessidade crítica de maior transparência e disponibilidade de dados”.

“Os resultados do estudo de 2024 refletem um consenso crescente entre a comunidade global de investigadores sobre o estado deteriorado do ambiente informacional”, segundo o comunicado, acrescentando que "os desafios impostos pela IA e pelas tecnologias digitais são substanciais, mas também há esperança de que os avanços nessas áreas possam ser aproveitados para a promoção de melhores práticas informativas”.

Para Nelson Ribeiro, Diretor da FCH-Católica e especialista em media e propaganda, membro do IPIE, os dados necessários para avançar “na compreensão do ambiente informacional não estão apenas inacessíveis, estão barricados por redes privadas e barreiras corporativas”.

“Até que investigadores independentes tenham acesso, permaneceremos no escuro, e as nossas pesquisas continuarão aquém dos ‘insights’ [conhecimento] críticos de que tanto necessitamos”, lamentou, acrescentando que “sem transparência e dados abertos, o desenvolvimento de políticas eficazes para combater os danos da desinformação continuará a ser uma batalha árdua”.

O IPIE é uma organização científica independente e global, com sede na Suíça, que pretende fornecer o conhecimento científico mais prático sobre as ameaças ao ambiente informativo mundial.

 

Alexandra Noronha