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Estudo: Extrema-direita europeia usa cada vez mais IA para envolver eleitores

epa12069606 (FILE) The AfD logo is seen at the election campaign launch of Alternative for Germany (AfD) party in Halle, Germany, 25 January 2025 (reissued 02 May 2025). Germany's AfD party has been officially designated as right-wing extremist by the Federal Office for the Protection of the Constitution (BfV), the domestic intelligence agency announced on 02 May 2025.  EPA/HANNIBAL HANSCHKE

Lisboa, 06 mai 2025 (Lusa) - Os partidos de extrema-direita europeus utilizam cada vez mais ferramentas de inteligência artificial generativa (GenAI) para envolver os eleitores e difundir as suas mensagens de forma eficaz, alertou hoje uma investigação do EDMO.

O Observatório Europeu dos Meios de Comunicação Digitais (EDMO) identificou as principais campanhas políticas em que os partidos recorreram a ferramentas de IA, referindo que, através do "conteúdo gerado por IA, a extrema-direita poderosa é capaz de transmitir uma mensagem eficaz e emocionalmente poderosa".

"A tendência de usar IA em recursos visuais de comunicação política está a expandir-se na Europa" em países como Polónia, França ou Alemanha, lê-se no estudo.

No caso francês, o político do partido Reconquista Éric Zemmour publicou um vídeo com imagens geradas por IA sobre as supostas consequências da presidência de Emmanuel Macron, como a "imigração em massa" ou a falta de segurança nas ruas, sendo esta uma estratégia utilizada por outros políticos de outros países.

No caso das eleições alemãs no início deste ano, "a AfD [Alternativa para a Alemanha] usou persistentemente imagens geradas por IA para transmitir a mensagem de que a Alemanha está em perigo por causa dos migrantes".

Além disso, a investigação refere ainda que, "durante as eleições parlamentares e legislativas europeias de 2024, muitos outros partidos franceses de extrema-direita contaram com a IA para sua campanha política (...) para amplificar mensagens anti-UE [União Europeia] e anti-imigrantes".

O EDMO revela que o problema não se limita a atores institucionais e políticos, pois em países como Espanha, França e Irlanda, as organizações de verificação de factos identificaram vários exemplos de influenciadores de extrema-direita (IA ou anónimos) que difundem desinformação ou conteúdo visual para fins de propaganda.

Um dos principais aspetos destacados pela organização é que a maioria das imagens geradas com recurso a estas ferramentas não são claramente sinalizadas como tal, podendo estar em cima da mesa a manipulação da opinião pública.

Estes fenómenos podem ter como objetivo a manipulação da opinião pública, quando a audiência tende a não se importar se um determinado conteúdo é real ou gerado por IA, desde que esteja alinhado com as suas crenças, colocando as democracias em risco, alerta o EDMO.

 

Paulo Resendes