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EUA/Eleições: Rússia quer melhores relações com Trump, contactos estão em curso

Moscovo, 10 nov (Lusa) -- Especialistas russos contactaram a equipa do Presidente norte-americano eleito durante a sua campanha, quando Washington acusou Moscovo de piratear o sistema informático do Partido Democrata, indicaram hoje um diplomata russo e o porta-voz do Presidente Putin.


Uma porta-voz de Trump negou esta informação, mas ela levantou suspeitas quanto à relação de Trump com o Governo de Vladimir Putin, e perseguiu-o durante toda a campanha contra a adversária democrata, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton.


A Rússia espera que uma presidência Trump signifique melhores relações com os Estados Unidos. Mas, num sinal de realismo puro e duro pelo qual Putin é conhecido, Moscovo não aposta numa reviravolta imediata no tenso relacionamento entre os dois países.


E apesar de o próprio Trump ter afirmado que quer ser amigo da Rússia e unir esforços para combater o terrorismo, tem sido pouco específico quanto à forma de fazer isso.


O Presidente norte-americano em exercício, Barack Obama, iniciou a sua presidência, em 2008, com um objetivo semelhante, mas acabou por ver quaisquer progressos invalidados devido aos conflitos na Ucrânia e na Síria.


O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, disse à Associated Press, numa entrevista em Nova Iorque, que especialistas russos tinham mantido contacto com elementos das campanhas de ambos os candidatos à Casa Branca, Donald Trump e Hillary Clinton, e que tais contactos foram "bastante naturais, bastante normais".


Peskov disse que a Rússia tem "uma relação muito boa" com o antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger e com alguns académicos e especialistas em EUA e Rússia envolvidos na política externa, que também classificou como "normal".


Antes, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Ryabkov, disse à agência Interfax que "houve contactos" com gente influente do círculo de Trump.


"Não digo que todos eles, mas uma boa parte deles apoiaram contactos com representantes russos", indicou.


A porta-voz de Trump, Hope Hicks, negou que tais contactos tenham ocorrido.


"Nunca aconteceu, não houve nenhuma comunicação entre a campanha e qualquer entidade estrangeira durante a campanha", frisou.


O Governo norte-americano pensa que Putin poderá ter interferido nas eleições presidenciais, e os serviços secretos terem concluído que a Rússia foi responsável por entrar no servidor de correio eletrónico do Comité Nacional Democrata e do diretor de campanha de Hillary Clinton, John Podesta, e enviar os 'emails' que aí encontrou para a Wikileaks, que os divulgou, o que criou embaraços e danos na campanha da candidata democrata.


Nas suas declarações, Ryabkov foi prudente para não criar falsas expectativas.


"Não sentimos qualquer euforia, não gostaríamos de que o nosso povo tivesse a impressão de que estamos cheios de expectativas cor-de-rosa", afirmou, recordando os altos e baixos nas relações Washington-Moscovo tanto em Governos democratas como republicanos.


"Tenho de dizer que as opiniões sobre a Rússia expressas por membros da campanha de Trump e pessoas do seu círculo foram bastante duras e que não vimos razão para rever a nossa ideia de que a campanha eleitoral nos Estados Unidos revelou, de facto, um consenso anti-Rússia de ambas as partes.


Apesar de tudo, escolhendo cuidadosamente as palavras como o espião que outrora foi, Putin deixou claro que espera muito de Trump. E Trump sugeriu que quer uma relação muito mais fluida com Putin do que Obama tem mantido.



ANC // ARA


Lusa/fim