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EUA/Eleições: Tensão pós-eleitoral expôs problemas de desinformação no Facebook

San Francisco, 26 nov 2020 (Lusa) -- O período de tensão pós-eleitoral nos Estados Unidos colocou em evidência o problema dos 'superpropagadores' de desinformação no Facebook, com publicações que amplificam boatos não confirmados de fraude eleitoral organizada pelos democratas a favor de Joe Biden.


A Organização Não Governamental (ONG) Avaaz identificou 25 páginas, onde se incluem as de Donald Trump Jr, Eric Trump, os filhos do presidente cessante, Kayleigh McEnany, a responsável de imprensa da Casa Branca, políticos ultraconservadores e comentadores como Dan Bongino, Lou Dobbs e Rush Limbaugh, bem como organizações pró-Trump como a 'Turning Point USA'.


Este grande número de personalidades a apoiar a especulação sobre os resultados das eleições presidenciais norte-americanas, juntam-se aos constantes 'tweets' do republicano a acusar os opositores de lhe terem 'roubado' a vitória, noticia a agência AFP.


Desde as eleições, em 03 de novembro, o conteúdo com 'fake news' sobre a suposta fraude eleitoral nestas 25 contas recebeu 'gostos' [likes, em inglês] por mais de 77 milhões de vezes, segundo as conclusões preliminares do estudo da Avaaz.


O próprio Donald Trump é considerado o principal 'superpropagador', bem como o seu ex-conselheiro, Steve Bannon, cuja página foi recentemente apagada pela rede social Facebook.


O gigante das redes sociais já tinha multiplicado medidas de prevenção para combater as tentativas de desacreditar o processo democrático nos Estados Unidos.


A distribuição de anúncios políticos foi restringida e até interrompida e as fontes de informação consideradas confiáveis ??foram destacadas. Já as campanhas de manipulação foram bloqueadas.


O Facebook evitou desta forma a repetição dos escândalos de 2016, quando a eleição presidencial que levou o bilionário republicano ao poder foi marcada por operações de desinformação.


Apesar das medidas, estas não foram suficientes para controlar o flagelo das 'fake news'.


"Os superpropagadores desta lista, com a ajuda do algoritmo do Facebook, estão no centro desta enxurrada de mentiras que agora define o debate político para milhões de pessoas no mundo e no país", apontou o diretor da Avaaz, Fadi Quran.


A ONG também considera que os grupos na rede social desempenham um papel fundamental na viralidade de vários conteúdos falsos.


Após as eleições, grupos privados de fãs de Donald Trump, onde surgiram as teorias de fraude, cresceram rapidamente.


Em 05 de novembro, o Facebook excluiu um grupo público chamado #StopTheSteal [Parem com o roubo, em português] que atraiu cerca de 350 mil membros em 48 horas.


A plataforma conta também com o seu programa de 'verificação de factos', onde cerca de 60 parceiros da comunicação social determinam se certas informações são falsas ou enganosas e, nesse caso, a circulação é restringida.


Mas muitas associações, autoridades e até funcionários do Facebook defendem que as figuras públicas também devem ser verificadas.


Segundo um artigo da 'The Information on Tuesday', o Facebook criou em 2018 uma lista de cerca de 112 mil contas pertencentes a funcionários do Governo e candidatos cujas publicações não podem ser verificadas.


A posse de Biden como 46.º Presidente dos Estados Unidos está marcada para 20 de janeiro de 2021.


 


 


DYMC //RBF


Lusa/Fim