EUA: Governo sanciona “rede de desinformação ucraniana” ligada à Rússia
Washington, 11 jan 2021 (Lusa) - O governo dos Estados Unidos anunciou hoje sanções contra sete indivíduos e diversas empresas alegadamente integrantes de uma rede de desinformação ucraniana, com ligações à Rússia, por tentativa de influenciar as eleições presidenciais de novembro de 2020.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, indicou em comunicado que da "rede de influência estrangeira ligada à Rússia" faz parte o parlamentar ucraniano Andrii Derkach, "um agente russo ativo ao longo de mais de uma década, mantendo ligações estreitas com os serviços de informações russos".
Derkach manteve encontros com Rudy Giuliani, advogado pessoal do Presidente cessante Donald Trump, no final de 2019, que, de acordo com a imprensa norte-americana, tiveram como objetivo reunir informação sobre alegados atos de corrupção perpetrados na Ucrânia por Joe Biden e o seu filho Hunter.
A Derkach, já sancionado por Washington em setembro de 2020, juntam-se agora na lista de sanções os ex-funcionários do governo ucraniano Konstantin Kulyk, Oleksandr Onyshchenko, Andriy Telizhenko e Oleksandr Dubinsky, um membro do parlamento.
De acordo com Pompeo, os indivíduos sancionados "fizeram repetidas declarações públicas promovendo narrativas maliciosas de que funcionários do governo dos Estados Unidos se envolveram em atividades de corrupção na Ucrânia" para tentar influenciar e minar as eleições de novembro de 2020, que opuseram Trump a Biden, que ditaram a derrota do até agora Presidente.
A rede contou ainda com a intervenção de "empresas de fachada na comunicação social da Ucrânia" - NabuLeaks, Era-Media, Only News e Skeptik TOV - "que divulgaram falsas narrativas a pedido de Derkach e dos seus associados".
De acordo com o Departamento do Tesouro norte-americano, Konstantin Kulyk, que trabalhava no Gabinete do Procurador-Geral da Ucrânia, "formou uma aliança com Derkach para divulgar falsas acusações de corrupção internacional".
A mesma fonte refere que Onyshchenko, um fugitivo da justiça ucraniana acusado de corrupção, "forneceu cópias editadas de supostas gravações de áudio de conversas entre ex-funcionários ucranianos e americanos, que Derkach publicou entre maio e julho de 2020 para desacreditar funcionários americanos e influenciar as eleições".
Andriy Telizhenko, "um ex-diplomata ucraniano de baixo escalão, orquestrou reuniões entre Derkach e norte-americanos para ajudar a espalhar falsas alegações sobre corrupção na Ucrânia", e Oleksandr Dubinsky participou de conferências de imprensa para "denegrir os candidatos presidenciais dos EUA e suas famílias".
Também alvo de sanções foram Petro Zhuravel, Dmytro Kovalchuk e Anton Simonenko por terem apoiado ou financiado as atividades do parlamentar ucraniano.
Zhuravel, considerado representante de Derkach na comunicação social, administra o portal NabuLeaks e é proprietário da Only News e da Skeptik TOV.
"As campanhas de desinformação russas dirigidas aos cidadãos norte-americanos são uma ameaça à nossa democracia", afirmou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin.
"Os Estados Unidos continuarão a defender firmemente a integridade dos nossos sistemas e procedimentos eleitorais", acrescentou.
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