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EUA, Reino Unido e Espanha principais alvos dos esforços de propaganda chinesa

epa09625295 A man walks past a poster advertising for the 100th Anniversary of the Chinese Communist Party, CCP, in Hong Kong, China, 06 December 2021. The anniversary of the CCP was held on 01 July 2021 in China and Hong Kong.  EPA/JEROME FAVRE

Washington, 10 set 2022 (Lusa) -- Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e Argentina estão entre os países mais afetados pelos esforços de propaganda do governo chinês, que incluem práticas de intimidação contra jornalistas, refere um relatório do 'think tank' norte-americano Freedom House.

"Pequim está a aumentar a sua influência. Em 18 dos 30 países analisados, descobrimos que os esforços são cada vez mais sofisticados e coercivos", salientou esta sexta-feira Sarah Cook, coautora do estudo, à agência de notícias Efe.

Taiwan, Estados Unidos e Reino Unido são os territórios que sofreram "os ataques mais intensos" da propaganda chinesa, mas o relatório também aponta esforços "intensos" em Espanha, Argentina, Itália, Nigéria, Quénia e Filipinas.

Pequim implantou contas falsas nas redes sociais destes países e promoveu a história do Partido Comunista Chinês e campanhas massivas de desinformação nos 'media'.

Além disso, procura desmantelar a cobertura desfavorável através de táticas coercivas.

A Freedom House salienta no relatório a intimidação direta de jornalistas através de contactos da própria embaixada chinesa, em que ameaça que determinado artigo irá prejudicar a relação bilateral do país com Pequim.

"Em lugares como Gana, Israel, Índia ou Reino Unido, editores de órgãos de comunicação social disseram-nos que recebem regularmente ligações da embaixada aos gritos", adiantou Cook.

As pressões não surgem apenas das autoridades, mas também de empresas como a gigante tecnológica Huawei, e também houve casos de assédio cibernético contra jornalistas de ascendência chinesa que trabalham em países como os Estados Unidos ou Austrália.

A coautora do estudo da Freedom House disse que no caso de Espanha há um "alto nível de influência" da propaganda chinesa e a classe política "é bastante cautelosa ao criticar o governo chinês".

"Na América Latina, com exceção de alguns países, não há muito conhecimento, consciência e experiência sobre isso", acrescentou.

Embora tenha admitido que é difícil medir a quantidade de recursos que Pequim destina a esta estratégia, Cook disse que são vários milhões de dólares, uma estimativa baseada no número de publicações e os países onde são divulgadas.

Apesar de tudo, esta investigadora considera que "a China tem um sério problema de opinião pública" porque continuam a ser publicados relatórios críticos, como os relacionados com "violações dos direitos humanos" na província de Xinjiang.

Sarah Cook instou os 'media' a divulgarem os casos de intimidação que recebem por parte de autoridades e governos chineses para "proteger os jornalistas" dos casos de assédio.

DMC // RBF

Lusa/Fim