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Facebook adere à luta contra a desinformação climática

Picture taken on May 12, 2012 in Paris shows an illustration made with figurines set up in front of Facebook's homepage. Facebook, already assured of becoming one of the most valuable US firms when it goes public later this month, now must convince investors in the next two weeks that it is worth all the hype. Top executives at the world's leading social network have kicked off their all-important road show on Wall Street -- an intense marketing drive ahead of the company's expected trading launch on the tech-heavy Nasdaq on May 18.  AFP PHOTO/JOEL SAGET (Photo by Joël SAGET / AFP)        (Photo credit should read JOEL SAGET/AFP/Getty Images)

São Francisco, 19 fev 2021 (Lusa) -- O Facebook acrescentou novas ferramentas ao seu centro de informação climática para combater a desinformação, que tem tido consequências desastrosas para a mobilização ambiental.

A nova secção enumera factos científicos indiscutíveis sobre o clima, como, por exemplo, a relação causal entre o aquecimento global e o declínio do número de ursos polares, e descreve como o custo das energias renováveis está a diminuir.

O gigante das redes sociais procura assim combater o ceticismo climático, uma tendência que se agravou com a propagação de falsas verdades nas principais plataformas, encorajada por certas personalidades, como o ex-presidente Donald Trump que, em janeiro de 2019, perante a gravidade do inverno no Midwest americano, escreveu no Twitter: "Mas para onde foi o aquecimento global? Volta depressa, precisamos de ti!"

Esta semana, "um meme viral com uma imagem de um helicóptero na Suécia circulou pelas redes, com uma mensagem falsa que afirmava estarem a ser utilizados combustíveis fósseis para derreter o gelo acumulado em turbinas eólicas", revela Nikki Forrester da Science Feedback, uma Organização Não Governamental (ONG) que luta contra a desinformação médica e ambiental.

A desinformação climática "semeia confusão sobre o que é real ou não entre a maioria das pessoas, que não são fervorosas defensoras da causa, nem pessoas que negam absolutamente a realidade", disse.

Sem um apoio público maciço, as políticas de conservação ambiental têm menos probabilidades de ver a luz do dia e de ser postas em prática.

Mas as associações, autoridades e redes sociais mais recentemente mobilizadas estão a lutar para encontrar o método correto.

"O que aprendemos em 2020 é que não se pode simplesmente adotar uma abordagem de cima para baixo", diz Rory Smith, da ONG anti-desinformação First Draft.

"Também é preciso desmascarar as mentiras e esmagar os rumores antes de saírem cá para fora, porque quando alguém vê uma mensagem enganosa, especialmente se confirmar um preconceito, o dano está feito e é mais difícil".

O Facebook é acusado há vários anos de laxismo na moderação de certos conteúdos problemáticos, tais como falsos rumores e teorias da conspiração, mas em contrapartida destaca-se na luta contra publicações que são mal vistas pelos anunciantes, tais como a pornografia.

O gigante das redes sociais durante muito tempo recusou-se a assumir o papel de árbitro da verdade, antes de começar a mudar gradualmente a sua posição, face à pressão da sociedade civil e dos seus funcionários.

Após ter criado um Centro de Informação sobre o Coronavírus e outro para as eleições norte-americanas de 2020, a plataforma lançou uma página, em setembro, que reúne factos e dados climáticos de organizações reconhecidas.

O grupo californiano vai começar também a adicionar ligações sobre certos conteúdos ao Reino Unido, para redirecionar os utilizadores para esta página climática.

Para os ambientalistas, estas iniciativas são bem vindas, mas não suficientemente grandes para abordar a escala do problema.

Rory Smith acredita que é necessária mais investigação sobre a eficácia destas advertências e informações apresentadas como factos concretos.

"Para muitas pessoas que acreditam em algo diferente, a revelação de factos pode ter o efeito contrário e reforçar as suas crenças", observa, porque "as plataformas e organizações de verificação de factos são vistas (por uma franja radical) como instituições liberais que escondem a verdade.

Para povoar a sua nova secção climática, o Facebook recorreu a especialistas da Universidade George Mason, do Programa de Comunicação sobre Alterações Climáticas de Yale e da Universidade de Cambridge.

É visível na Alemanha, Estados Unidos, França e Reino Unido, e será alargado a uma dúzia de outros países.

 

Ana Leiria