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21% dos projetos apoiados pelo fundo Google são de combate à desinformação

Lisboa, 29 out 2020 (Lusa) - Dos 662 projetos de jornalismo digital apoiados pelo fundo de inovação Digital News Initiative (DNI), 21% foram para o combate à desinformação, de acordo com o relatório hoje divulgado pela Google.

Desde 2015, altura em que fundo DNI foi lançado, no valor de 150 milhões de euros, foram financiados 662 projetos em 30 países europeus.

Segundo o documento, 21% dos projetos apoiados estão ligados ao combate à desinformação, e em Portugal, do total dos projetos apoiados - 32 -, a percentagem sobe para 24%.

No relatório, é destacado o projeto Debunk (Lituânia), da Delfi, um dos maiores 'publishers' de notícias 'online' dos Bálticos, que visa combater as 'fake news' na Internet utilizando uma combinação entre inteligência artificial assente em dados analíticos e uma dedicada comunidade de voluntários.

Este projeto recebeu do fundo DNI 315 mil euros.

"Nos Bálticos, os ciberataques e a desinformação são os principais problemas. Para dar uma ideia de escala do tema, o Debunk analisou 9.881 artigos entre abril e junho" deste ano, "identificando 617 casos de desinformação relacionados com a Lituânia, Letónia e Estónia no contexto da covid-19", refere o relatório.

"Com o objetivo de fornecer análises dos conteúdos 'online' naquela escala, a empresa criou ferramentas e filtros inteligentes que identificam automaticamente potencial desinformação", adianta.

Notificações regulares são enviadas a uma rede de 'fact checkers' [verificadores de factos], que ganharam o nome de "elfos" devido "aos seus poderes de luta contra 'trolls'" [criatura do folclore escandinavo que na gíria da Internet caracteriza algo ou alguém destabilizador].

Esta mistura entre "tecnologia e intervenção humana significa que artigos com conteúdos prejudiciais podem ser sinalizados e os jornalistas automaticamente notificados".

Desde que foi lançado em 2018, o Debunk tem trabalhado com organizações em 17 países do mundo.

"Precisávamos de encontrar pessoas que tivessem conhecimento em ciência política e relações internacionais, a par de desenvolvedores que fossem capazes de trabalhar com 'machine learning' [aprendizagem de máquinas] e inteligência artificial, explica Ieva Ivanauskaite, responsável pelo desenvolvimento de negócio da Delfi, citado no relatório.

Outro dos projetos mencionados é a 'startup' polaca Edge NPD, que obteve um financiamento de 662 mil euros.

"Ao contruir um escudo anti-bots [aplicação que simula ações humanas padronizadas] e 'trolls', a Edge NPD ajudou a proteger os leitores, editores e anunciantes em todo o mundo do impacto negativo do tráfego falso, estimado em dezenas de mil milhões de euros por ano e a crescer", salienta a relatório do DNI.

Cerca de 1,8 milhões de 'bots' e 'trolls' foram bloqueados pelo escudo.

 

Alexandra Luís