A apresentar resultados para:
Ordem
Mais Recentes
Mais Recentes Mais Antigas
Data
Tudo
Na Última Hora Últimas 24 Horas Últimos 7 Dias Último Mês Último Ano Tudo Datas específicas

Elon Musk aumentou onda de desinformação sobre ataque a Paul Pelosi

epaselect epa08643524 Tesla and SpaceX CEO Elon Musk gives a statement at the construction site of the Tesla Giga Factory in Gruenheide near Berlin, Germany, 03 September 2020. Musk visited the German medical company Curevac in Tuebingen on 01 September 2020. Media report Musk will meet the German Economy Minister for talks. In June 2020, the German state invested 300 million euros in the vaccine developer Curevac and received 23 percent of the company's shares in return.  EPA/ALEXANDER BECHER

Washington, 01 nov 2022 (Lusa) -- Poucas horas após a agressão a Paul Pelosi, teorias da conspiração sobre o ataque ao marido da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos já estavam a circular 'online', promovidas inclusive pelo novo dono do Twitter, Elon Musk.

Dados das autoridades, que divulgaram que o marido de Nancy Pelosi estava sozinho durante a invasão da moradia do casal, em San Francisco, ou que os dois homens, agressor e vítima, não se conheciam, não impediram a proliferação de 'fake news'.

Também não importou se o suspeito, David DePape, tivesse confessado aos inspetores que invadiu a casa para atacar a líder da câmara baixa do Congresso norte-americano.

Alegações falaciosas sobre o ataque espalharam-se rapidamente, impulsionadas por alguns republicanos proeminentes e até por Elon Musk, agora proprietário do Twitter, uma das principais redes sociais do mundo.

Na segunda-feira, publicações a sugerir erradamente um relacionamento pessoal entre Pelosi e o alegado agressor, dispararam no Twitter, um dia depois de Musk ter publicado e eliminado um 'link' para um artigo em que sugeria essa ligação.

O bilionário não explicou porque se associou ao artigo, ou porque o eliminou, sendo que este surgiu em resposta a um 'tweet' de Hillary Clinton a condenar o ataque.

O Twitter não respondeu imediatamente esta segunda-feira às perguntas da agência Associated Press (AP).

"É como se ele [Elon Musk] se tivesse esquecido por um segundo que agora é dono da plataforma, e não apenas outro utilizador que pode dizer o que quiser", referiu Brad Greenspan, empresário de tecnologia e um dos primeiros investidores do MySpace.

Um dos vários republicanos a ampliar a teoria da conspiração infundada, a congressista Marjorie Taylor Greene (Geórgia), defendeu Musk esta segunda-feira, com um tweet que repetia a alegação enganadora de que "o amigo de Paul Pelosi o atacou com um martelo".

O congressista republicano Clay Higgins (Luisiana), brincou sobre o ataque com o seu próprio 'tweet', já apagado, onde repetia a teoria da conspiração.

Enquanto isso, Donald Trump Jr. ridicularizou Paul Pelosi no Twitter com falsas afirmações.

A alegação também se espalhou para outras plataformas, incluindo 'sites' marginais como Gab e Truth Social, onde publicações gozavam com a vítima, de 82 anos.

Paul Pelosi foi atacado na noite de quinta para sexta-feira em São Francisco, no Estado norte-americano da Califórnia, quando se encontrava na sua residência familiar. O agressor irrompeu pela casa gritando "Onde está a Nancy?! Onde está a Nancy?!", mas esta encontrava-se, na altura, em Washington D.C..

As publicações focadas em Paul Pelosi são apenas um subconjunto de uma onda recente de publicações de ódio e carregadas de teorias da conspiração, que se seguiram à compra do Twitter por Musk.

Apenas 12 horas após a finalização da compra por Musk na sexta-feira, as referências a um epíteto racista específico, usado para rebaixar os negros, aumentaram 500%, de acordo com uma análise realizada pelo National Contagion Research Institute, uma empresa com sede em Princeton, Nova Jersey, que rastreia a desinformação.

Especialistas em extremismo e investigadores de desinformação alertaram que a mudança de propriedade poderia prejudicar os esforços do Twitter para combater as 'fake news' e o discurso de ódio, especialmente com as eleições intercalares a poucos dias de se realizarem.

As autoridades de San Francisco realizaram esta segunda-feira uma conferência de imprensa para discutir as últimas informações sobre a investigação do ataque.

DePape adiantou à polícia que queria fazer Nancy Pelosi refém e "quebrar os seus joelhos".

A procuradora Brooke Jenkins também desmascarou vários outros aspetos da teoria da conspiração, defendendo que não há evidências de que DePape conhecia Paul Pelosi e acrescentando que Pelosi estava sozinho em casa quando DePape a invadiu.

Embora as crenças em teorias da conspiração não sejam novidade na história norte-americana, especialistas que estudam a desinformação dizem que estas podem-se tornar perigosas quando convencem as pessoas a considerar a violência como uma alternativa à política, ou quando fazem com que as pessoas ignorem verdades inconvenientes.

DMC // RBF

Lusa/Fim