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Fenómeno das ‘fake news’ não é novo da Guiné-Bissau – jornalista

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Bissau, 13 fev (Lusa) - O chefe de redação do jornal guineense o Democrata, Assana Sambu, afirmou que o fenómeno das 'fake news' não é novo na Guiné-Bissau, porque o país está consumido pela especulação.

"O termo é que é novo. Não é uma coisa nova porque se tomarmos em conta que a Guiné-Bissau é um país consumido pela especulação", afirmou em entrevista à Lusa Assana Sambu, sobre a realidade das 'fake news', a propósito da conferência que a agência e a Efe vão realizar no dia 21 de fevereiro, em Lisboa, sobre "O Combate às Fake News - Uma questão democrática".

Segundo o jornalista, na Guiné-Bissau, a especulação, as notícias falsas, vão ganhando força todos os dias não só devido à pressão política, mas também devido à evolução tecnológica do país.

"Agora, tudo se publica nas redes sociais. Qualquer um pega numa informação e lança nas redes sociais e nos blogues e é preciso ter muito cuidado para não se divulgar notícias falsas", salientou.

Para Assana Sambu, a falta de informação é uma das principais razões para a existência de tantas notícias falsas e a especulação vai ganhando força sem que o visado venha a público dar a informação.

"Aqui, na nossa terra, temos uma expressão que é 'ouvi o fulano dizer' mas nunca se pode identificar o fulano que é o autor da notícia. É preciso ter cuidado na análise de tudo o que recebemos, porque até as próprias fontes têm os seus interesses", explicou.

Questionado sobre como o jornal o Democrata lida com as notícias falsas, Assana Sambu explicou que o semanário tem uma "linha de orientação de trabalho".

"O Democrata trabalha em jornalismo político e tudo o que recebemos partilhamos com os editores e jornalistas mais experientes para tentarmos confirmar a informação e apurar junto das outras fontes para confirmarmos se o que recebemos é especulação ou não, passamos pela verificação e depois publicamos ou não", salientou.

Segundo o jornalista, a sociedade guineense vive da especulação e "torna a especulação numa verdade".

"Bissau não mente, tudo o que se especula em Bissau torna-se numa verdade. A sociedade já está habituada e os políticos é que fabricam as informações falsas", afirmou.

Para o jornalista, a única maneira de acabar com a especulação é haver uma "boa informação", porque só assim a especulação vai perder o "nível que alcançou na sociedade guineense".

As notícias falsas comummente conhecidas por 'fake news', desinformação ou informação propositadamente falsificada com fins políticos ou outros, ganharam importância nas presidenciais dos EUA que elegeram Donald Trump, no referendo sobre o 'Brexit' no Reino Unido e nas presidenciais no Brasil, ganhas pelo candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro.

O Parlamento Europeu quer tentar travar este fenómeno nas eleições europeias do final de maio.

Isabel Marisa Serafim (texto) e Júlio Oliveira (vídeo)