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Parlamento Europeu insta UE a sancionar ingerência estrangeira e desinformação

epa09793477 Ukrainian President Volodymyr Zelensky addresses members of the European Parliament via video conference during an extraordinary Plenary session debating on the 'Russian aggression against Ukraine' at the European Parliament in Brussels, Belgium, 01 March 2022. MEPs will debate 'Russia's invasion of Ukraine' and vote on a related resolution.  EPA/STEPHANIE LECOCQ

Bruxelas, 09 mar 2022 (Lusa) -- O Parlamento Europeu instou hoje a União Europeia (UE) a adotar uma estratégia comum contra a ingerência estrangeira e a desinformação, com a criação de um regime de sanções para punir este tipo de notícias falsas e propaganda.

"O Parlamento Europeu insta a UE a definir uma estratégia comum para enfrentar este desafio, nomeadamente através de um regime específico de sanções relacionadas com ingerências estrangeiras e campanhas de desinformação", realça a assembleia europeia em comunicado.

A posição surge no dia em que, na sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, o Parlamento Europeu aprovou com 552 votos a favor, 81 contra e 60 abstenções um relatório da comissão especial sobre a ingerência estrangeira e a desinformação, propondo então novas sanções e maior sensibilização para o problema.

Lamentando a "falta generalizada de sensibilização para a gravidade da ingerência estrangeira e da manipulação, predominantemente levadas a cabo pela Rússia e pela China", os eurodeputados apelam também a maior "envolvimento de organizações da sociedade civil na sensibilização do público e na divulgação de informações".

"Os parlamentares defendem ainda uma melhoria urgente da cibersegurança europeia e da resiliência contra ciberataques, o apoio a jornalistas e verificadores de factos, a clarificação das relações entre certos partidos políticos europeus e a Rússia e a proibição de donativos provenientes de fora da UE aos partidos políticos", refere ainda a instituição.

Em causa está o relatório final desta comissão especial do Parlamento Europeu, documento no qual estes eurodeputados admitem estar "profundamente preocupados com a crescente incidência e a natureza cada vez mais sofisticada das tentativas de interferência estrangeira e de manipulação de informação, conduzidas esmagadoramente pela Rússia e pela China e visando todas as partes do funcionamento democrático da União Europeia e dos seus Estados-membros".

O documento, que tem em conta o contexto antes da guerra na Ucrânia, também "condena veementemente os esforços do Kremlin [Presidência russa] para instrumentalizar as minorias nos Estados-membros da UE, implementando designadas políticas compatriotas, particularmente nos Estados Bálticos e nos países vizinhos de Leste, como parte da estratégia geopolítica do regime de Putin".

Para os eurodeputados, este tipo de ações de Moscovo visam "dividir as sociedades na UE, a par da implementação do conceito de 'mundo russo', com o objetivo de justificar as ações expansionistas do regime".

Até porque, lembra a comissão parlamentar, "muitas fundações privadas, empresas privadas, organizações dos meios de comunicação social e organizações russas ou são estatais ou têm laços ocultos com o Estado russo".

Os eurodeputados consideram, por isso, ser "da maior importância, ao encetar um diálogo com a sociedade civil russa, diferenciar entre as organizações que se mantêm afastadas da influência governamental russa e as que têm ligações com o Kremlin", salientando existirem "provas de interferência e manipulação russa em muitas outras democracias liberais ocidentais".

O relatório surge numa altura de aceso confronto armado na Ucrânia e em que aumenta a propaganda russa contra o ocidente.

ANE // MSF

Lusa/fim