A apresentar resultados para:
Ordem
Mais Recentes
Mais Recentes Mais Antigas
Data
Tudo
Na Última Hora Últimas 24 Horas Últimos 7 Dias Último Mês Último Ano Tudo Datas específicas

França suspende apoios à República Centro-Africana por campanha de desinformação

epa07541880 (ILLUSTRATION) - A person scrolls the screen of a mobile phone while loading information on how to counter 'fake news' in New Delhi, India, 02 May 2019. India's elections are half-way through and politicians in the world's largest democracy are intensely using social media to woo voters amid fake news and misinformation concerns in a country with over 560 million internet subscribers.  EPA/HARISH TYAGI

Paris, 07 jun 2021 (Lusa) - A França anunciou hoje que suspendeu a ajuda financeira e a cooperação militar à República Centro-Africana (RCA), acusando o país de não honrar compromissos políticos e de levar a cabo uma campanha de desinformação contra Paris.

"Em várias ocasiões, as autoridades da RCA assumiram compromissos que não cumpriram, tanto politicamente em relação à oposição, como em termos do seu comportamento para com a França, que é alvo de uma campanha maciça de desinformação", disse o Ministério da Defesa, vincando que "os russos não são os culpados, mas a RCA é, na melhor das hipóteses, cúmplice nesta campanha".

No final de abril, os cinco militares franceses que tinham sido destacados para o Ministério da Defesa da RCA foram chamados a Paris, e o treino militar fornecido às forças armadas deste país a partir das tropas francesas estacionadas no Gabão foi interrompido, acrescentou o Governo francês, citado pela agência France-Presse (AFP).

Questionado pela AFP sobre o montante da ajuda orçamental congelada, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês não apresentou ainda quaisquer números.

A França, que interveio de 2013 a 2016 para pôr fim à violência no país, no âmbito da operação Sangaris, entregou 1.400 armas de assalto às forças armadas da RCA em dezembro de 2018, após ter obtido uma exceção ao embargo decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Durante esse ano, a Rússia destacou um grande contingente de "instrutores", que Paris liga ao início da campanha de desinformação contra os interesses de Paris.

No final do ano passado, Moscovo enviou centenas de militares para ajudar o Exército do Presidente, Faustin Archange Touadéra, a combater uma rebelião, mas várias testemunhas e organizações não-governamentais garantem que os militares são, na verdade, mercenários que trabalham para o grupo de segurança privada russa Wagner.

Portugal tem atualmente 241 militares na República Centro-Africana, dos quais 183 integram a missão das Nações Unidas (Minusca).

Os restantes 58 militares portugueses participam na missão de treino, promovida pela União Europeia, até setembro deste ano.

 

Mário Baptista