Global Witness: TikTok e X favorecem conteúdos de extrema-direita na Alemanha

Lisboa, 24 fev 2025 (Lusa) - Os algoritmos de recomendação de conteúdo das redes sociais X e do TikTok favorecem conteúdos de extrema-direita na Alemanha, revelou um estudo desenvolvido pela organização não governamental Global Witness.
A análise concluiu que o conteúdo apresentado a novos utilizadores no separador 'for you [para ti] ' é favorável ao partido de extrema-direita AFD (Alternativa para a Alemanha), que foi a segunda força mais votada no domingo na Alemanha.
Na rede social TikTok, 78% do conteúdo político é favorável ao partido AFD, 6% é representativo da CDU (União Democrata-Cristã) e 8% dos sociais-democratas SPD e dos Verdes.
No caso da rede social X, a percentagem representativa da AFD é de 64%, 5% do conteúdo corresponde à CDU, 18% ao SPD e 14% aos Verdes.
Em relação à política geral de esquerda ou direita, o estudo indica que as recomendações algorítmicas das plataformas sugerem que os utilizadores não partidários na Alemanha estão mais expostos a conteúdo de direita do que ao de esquerda.
A análise feita às publicações políticas nas diferentes redes sociais revela que no TikTok 74% das publicações beneficiavam a política de direita e 26% políticas de esquerda.
No caso da rede social X, 72% das publicações revelam uma orientação política à direita enquanto 28% corresponde à percentagem de publicações referentes a políticas de esquerda.
Já no Instagram verifica-se um maior equilíbrio entre os dois tipos de publicação, face as restantes redes analisadas.
Nesta rede social, 59% corresponde a publicações de política de direita e 41% a publicações de esquerda.
Os resultados das eleições consagraram o bloco conservador liderado por Friedrich Merz vencedor com 28,6% dos votos e a Alternativa para a Alemanha (AfD) alcançou a segunda posição com 20,8%.
O Partido Social-Democrata (SPD), do chanceler cessante Olaf Scholz, obteve cerca de 16,4% nas eleições de domingo, enquanto os Verdes, parceiro de coligação, tiveram cerca de 11,6% dos votos. A Esquerda (Die Linke) alcançou cerca de 8,8%, acima dos 4,9% de 2012.
Paulo Resendes