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Governo de Singapura usa lei de desinformação para corrigir oposição

Singapura, 03 jul 2020 (Lusa) -- O Governo de Singapura usou uma controversa lei sobre desinformação para exigir que um partido da oposição corrigisse uma mensagem nas redes sociais, nas vésperas das eleições gerais.


As autoridades pediram, na quinta-feira, ao pequeno partido de oposição A Voz do Povo para corrigir o conteúdo de um vídeo colocado nas redes sociais Facebook e YouTube, alegando que continha informações imprecisas.


Nesse vídeo, o líder do partido, Lim Tean, denuncia que o Governo gastou cerca de 250 milhões de dólares de Singapura (cerca de 150 milhões de euros) para "permitir educação gratuita aos estrangeiros, todos os anos".


Um 'site' na Internet do Governo, dedicado à luta contra a desinformação, diz que o vídeo contém uma "declaração falsa e enganosa", já que boa parte dos estudantes estrangeiros tem de pagar taxas de ensino mais altas do que os residentes em Singapura.


O elevado número de estrangeiros que vive na cidade-estado tornou-se uma fonte de conflito, na campanha eleitoral para as eleições legislativas, que se realizam em 10 de julho, com a oposição a exigir que os habitantes de Singapura sejam favorecidos na obtenção de empregos.


De acordo com a lei sobre desinformação, o Governo pode obrigar as plataformas de Internet a colocar mensagens de aviso nas publicações que julguem ser falsas e a ordenar o bloqueio de páginas.


Mas os defensores dos direitos civis e as grandes empresas multinacionais de comunicação alegam que esta medida reduz a liberdade de expressão.


Várias figuras da oposição e diversos ativistas foram forçados a corrigir publicações, desde que a lei entrou em vigor, e a rede social Facebook teve que bloquear várias páginas.


A empresa que gere o Facebook criticou o texto no mês passado, enfatizando que "essas ordens de bloqueio são duras e correm o risco de serem mal utilizadas, servindo para abafar vozes e opiniões na Internet".


As redes sociais Twitter e Google também expressaram preocupação com esta legislação, mas as autoridades de Singapura salientam que a lei é necessária para bloquear informações falsas que podem semear a divisão num país multiétnico e multirreligioso, com 5,7 milhões de pessoas.



RJP // EL


Lusa/Fim