Há contributos na consulta pública para necessidade de literacia mediática para jornalistas
Lisboa, 26 fev 2025 (Lusa) - O diretor da estrutura de missão #PortugalMediaLab afirmou hoje que há contributos na consulta pública do PNLM para a necessidade de literacia mediática para jornalistas, "os primeiros a combater" a desinformação, segundo a diretora de informação da Lusa.
Os responsáveis falavam no painel sobre literacia mediática e as políticas públicas em Portugal, no âmbito do Digital Business Breakfast sobre "Media Literacy & Public Policies in Portugal", organizado pela APDC, em parceria com a Google, na sede da associação, em Lisboa.
Instado a fazer o balanço da estrutura de missão #PortugalMediaLab, Sérgio Gomes da Silva considerou que "ainda é cedo para o fazer" e adiantou que a execução do Plano de Ação para a Comunicação Social, que contém 30 medidas, "tem sido positiva".
Relativamente à consulta pública do Plano Nacional de Literacia Mediática (PNLM), "recebemos 26 contributos e são muito substantivos", mas "ainda é difícil dar uma perspetiva", prosseguiu, quando questionado sobre o tema.
Apontou algumas participações que classificou de interessantes: "Há contributos para necessidade de trabalharmos a literacia mediática para os jornalistas", ou seja, "desenvolver competências para os próprios jornalistas, achei isso muito curioso", referiu o diretor da estrutura de missão #PortugalMediaLab.
"Obviamente temos que pensar como é que podemos fazer", disse, referindo que iria perceber como tem sido a experiência da Lusa neste âmbito.
A diretora de informação da Lusa, Luísa Meireles, elencou as várias iniciativas da agência de notícias no âmbito do combate à desinformação, referindo os cursos de literacia mediática que têm sido feitos.
A escola de formação da Lusa abrangeu este ano "52 sessões de literacia mediática", envolvendo 1.534 estudantes e jornalistas, onde se inclui o universo Palop.
"Os jornalistas estão de facto na primeira linha, são os primeiros a combater e os primeiros alvos a abater também", sublinhou a diretora.
Em termos de formação, salientou, "é fundamental armar um jornalista de ferramentas que permitam detetar nos tempos que correm aquilo que é falso ou mentira", porque a informação vem de várias vias.
"Agora com a inteligência artificial mais ainda e nós na Lusa estamos neste momento a promover um curso de formação em inteligência artificial" sobre a tecnologia e suas ferramentas para toda a redação, acrescentou.
"A inteligência artificial é, na verdade, uma ferramenta muito útil, que nos pode ajudar também a fazer o 'debunking'", acrescenta.
Por sua vez, Pedro Calado, 'chairman' of the European Media and Information Fund Management Committee, da Fundação Calouste Gulbenkian, considerou que "é preciso não diabolizar a tecnologia".
A tecnologia "traz imensos riscos, traz muitas preocupações, mas ao mesmo tempo se calhar é parte da solução" sobre o tema que hoje em debate, salientou.
Adiantou que hoje na fundação estão a começar dois dias de 'Bootcamp', que juntam Gulbenkian, OCDE e AMA - Agência para a Modernização Administrativa, que junta tecnologia com a participação cívica.
O responsável defendeu ainda a "neutralidade procedimental".
Ou seja, "a informação nunca será neutral, mas o procedimento que gera essa informação deve tendencialmente ser neutral", argumentou.
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