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Inquérito: Maioria prefere redes sociais que restringem conteúdos nocivos

epa11222874 Gamers play video games at the Gamescom LAN event in Cologne, Germany, 15 March 2024. Around 1200 games fans will meet in a Cologne exhibition hall for the so-called Gamescom LAN, a new event for a trend that peaked over twenty years ago when not every house had fast internet. The LAN party also features e-sport tournaments with prize money in games such as Counter-Strike, League of Legends and Rocket League. A special feature of the Gamescom LAN is that some stars of the web video scene such as HandOfBlood, Elias Nerlich and HoneyPuu will also be there.The event runs from 15 to 17 March 2024.  EPA/CHRISTOPHER NEUNDORF

Munique, 12 fev 2025 (Lusa) - A maioria dos cidadãos consultados através de um inquérito de duas universidades europeias prefere redes sociais que restrinjam conteúdos nocivos, como ameaças físicas e difamação, mas acredita que a exposição ao fanatismo ou ao ódio é inevitável.

O inquérito da Universidade Técnica de Munique (TUM) e da Universidade de Oxford questionou cerca de 13.500 pessoas em seis países europeus e nos EUA, Brasil, África do Sul e Austrália, no outono de 2024, sobre os objetivos concorrentes da liberdade de expressão e da proteção contra o abuso digital e a desinformação.

O debate global sobre se e como os conteúdos das redes sociais devem ser regulados intensificou-se novamente nos últimos meses.

O inquérito revela que 79% dos inquiridos consideram que o incitamento à violência deve ser eliminado, com a taxa de apoio mais elevada na Alemanha, no Brasil e na Eslováquia (86%). A maioria dos inquiridos dos EUA também concorda, embora em menor grau (63%).

Apenas 14% dos inquiridos consideram que as ameaças devem permanecer em linha para que os utilizadores possam responder às mesmas.

Os que pensam que os utilizadores devem ser autorizados a publicar conteúdos ofensivos para criticar determinados grupos de pessoas representam 17%. O apoio a esta opinião é mais elevado nos EUA (29%) e mais baixo no Brasil (9%). Na Alemanha, é de 15 %.

Quando questionados sobre o tipo de plataformas sociais que preferem: uma com liberdade de expressão ilimitada ou uma livre de ódio ou desinformação, em todos os países a maioria preferiu a segurança à violência digital e à informação enganosa.

Empresários como Mark Zuckerberg (Meta) e Elon Musk (X) "defenderam que a liberdade de expressão deve ter precedência sobre a moderação de conteúdos nas redes sociais". No entanto, "o estudo mostra que a maioria das pessoas nas democracias quer plataformas que reduzam os discursos de ódio e os abusos", afirmou o autor principal do estudo, Yannis Theocharis da TUM.

Apesar disso, 59% dos inquiridos acreditam que a exposição ao fanatismo ou ao ódio é inevitável nas redes sociais.

Assim, 65% esperam comentários agressivos quando expressam as suas opiniões nas plataformas, com percentagens de 81% na África do Sul ou 73% nos EUA.

Theocharis constata uma "resignação generalizada" e que as pessoas "têm a impressão de que, apesar de todas as promessas de luta contra os conteúdos ofensivos, nada está a melhorar".

Este efeito de aclimatação é, para o investigador, "um enorme problema porque está a minar gradualmente as normas sociais e a normalizar o ódio e a violência".

Apesar disso, a grande maioria das pessoas considera que as plataformas podem, de facto, ser locais de debate civilizado, em comparação com 20% que acreditam que, por vezes, é necessário ser rude para transmitir a sua opinião, acrescenta o comunicado.

O inquérito também perguntava quem deveria ser o principal responsável pela criação de um ambiente seguro nas redes sociais.

Globalmente, 35% dos inquiridos de todos os países escolheram os operadores de plataformas, 31% os cidadãos privados e 30% os governos como os principais responsáveis.

A percentagem de inquiridos que considera que a responsabilidade deve recair principalmente sobre os operadores é relativamente semelhante entre os países inquiridos, variando entre 39% na Alemanha, no Reino Unido e no Brasil e 29% em França, na África do Sul e na Grécia.

Tomás Barros