Malta quer ajuda dos países europeus na investigação ao homicídio de jornalista
Roma, 18 out (Lusa) - O primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat, pediu hoje a colaboração de todos os países europeus na investigação sobre o homicídio da jornalista Daphne Caruana Galizia, considerando que "uma boa parte do caso está fora de Malta".
Numa entrevista publicada hoje pelo diário italiano 'La Repubblica', citada pela agência espanhola Efe, o primeiro-ministro evitou responder à pergunta sobre quem pensa que está por detrás do atentado que vitimou a jornalista, sublinhando que "isso seria uma irresponsabilidade" e poderia prejudicar as investigações em curso.
O líder do Governo de Malta assegurou que vai "pôr à disposição dos investigadores todos os recursos, incluindo económicos, para que se resolva o caso o mais rapidamente possível".
Considerando que "não foi assassinada uma jornalista maltesa, mas sim uma jornalista europeia", Muscat apelou aos países europeus para participarem na investigação sobre a morte da jornalista: "Ajudem-nos; necessitamos da ajuda de todos porque penso que uma boa parte deste caso está fora de Malta".
Os peritos do Instituto Forense holandês e alguns agentes do FBI chegarão brevemente a Malta para ajudar nas investigações ao homicídio da jornalista, que investigava, entre outros casos, os 'Panama Papers' e o narcotráfico e contrabando de petróleo proveniente da Líbia.
Daphne Caruana Galizia escrevia para um blogue pessoal sobre casos de corrupção e morreu na quinta-feira quando o seu carro foi destruído por uma bomba às 15:00 locais (14:00 em Lisboa), a poucos metros de sua casa.
O filho da jornalista denunciou na terça-feira a "cultura de impunidade" no país e acusou o Governo de Joseph Muscat e outras autoridades de "cumplicidade no crime".
"A minha mãe foi assassinada porque se interpunha entre o Estado de direito e quem pretende violá-lo, como muitos outros corajosos jornalistas", denunciou na rede social Facebook Matthew Caruana Galizia, filho da repórter que integrava o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).
MBA (PCR) // VM
Lusa/Fim