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Meta impõe transparência sobre uso de IA em anúncios de campanhas eleitorais

São Francisco, Estados Unidos, 09 nov 2023 (Lusa) -- Para evitar que os eleitores sejam induzidos em erro por mensagens enganosas, a Meta exigirá que as campanhas políticas sejam transparentes sobre o uso de Inteligência Artificial em anúncios, medida que será aplicada em todo o mundo em 2024.


"Os anunciantes serão obrigados a divulgar sempre que um anúncio eleitoral, político ou social contiver uma imagem ou vídeo fotorrealista, ou áudio realista, que tenha sido criado ou alterado digitalmente para retratar uma pessoa real a dizer ou a fazer algo que não disse ou fez", salientou esta quarta-feira o gigante das redes sociais em comunicado.


Esta nova regra será aplicada no próximo ano, em todo o mundo.


A medida da Meta, que controla Facebook, Instagram e WhatsApp, abrange também anúncios que retratam "uma pessoa de aparência realista que não existe ou um evento de aparência realista que não ocorreu" ou "um evento realista que teria ocorrido, mas que não é uma imagem, vídeo ou gravação de áudio precisa" do evento.


Nos três casos, o Meta irá "adicionar informações sobre o anúncio".


Os anunciantes não precisarão de identificar edições digitais que não afetem a mensagem, como determinados cortes ou correções de cores numa foto.


A ascensão da IA generativa, que permite produzir textos, imagens e sons mediante simples solicitação em linguagem quotidiana, facilita a criação de todo tipo de conteúdo, inclusive os 'deepfakes', fotos ou vídeos manipulados para fins enganosos.


De Washington a Bruxelas, as autoridades tentam regular esta nova tecnologia, preocupadas com os desafios para a democracia, em particular.


O Presidente dos EUA Joe Biden assinou no final de outubro um decreto que impõe regras e diretrizes às empresas do setor sobre a segurança e uso das suas ferramentas de IA.


A Casa Branca pretende, em particular, que as empresas desenvolvam ferramentas para identificar facilmente o conteúdo produzido com IA.


A Microsoft também apresentou esta quarta-feira uma série de iniciativas para "ajudar a proteger as eleições", incluindo uma ferramenta para candidatos políticos que lhes permitirá colocar marcas de água (digitalmente) no seu conteúdo e, portanto, autenticá-lo.


A gigante da informática também criará uma equipa para ajudar os gestores de campanhas políticas a compreender melhor a utilização da IA, bem como um centro destinado a apoiar "governos democráticos em todo o mundo na implementação de processos eleitorais seguros e resilientes".


"Nos próximos 14 meses, mais de dois mil milhões de pessoas em todo o mundo terão a oportunidade de votar nas eleições nacionais", destacou Brad Smith, presidente da Microsoft, em comunicado de imprensa.


A Meta já está na mira das autoridades, desde a proteção de dados pessoais até a de crianças.


Desde o escândalo da Cambridge Analytica e do Facebook, que ajudou à ascensão ao poder de Donald Trump nos Estados Unidos e os apoiantes do Brexit no Reino Unido, em 2016, o grupo californiano tomou inúmeras medidas para combater a desinformação nas suas plataformas.


"Como sempre, removemos conteúdo que viola nossos regulamentos, seja ele criado pela IA ou por uma pessoa", lembrou a empresa esta quarta-feira.


"Os nossos parceiros independentes de verificação de fatos analisam e avaliam a desinformação viral e não permitimos a veiculação de um anúncio se for classificado como falso, alterado, parcialmente falso ou sem contexto", vincou.



DMC // RBF


Lusa/Fim