Ministro de Bolsonaro investigado por crimes eleitorais nega corrupção
Brasília, 07 dez (Lusa) - O futuro ministro da Casa Civil do Governo de Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, suspeito de crimes eleitorais, afirmou hoje que nunca esteve envolvido em casos de corrupção e que sempre lutou contra este tipo de crimes.
"Eu sempre fui um combatente da corrupção. Nunca ninguém vai ver-me envolvido em corrupção", frisou Onyx Lorenzoni à imprensa, no final de um encontro com empresários em São Paulo.
O juiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro, autorizou na terça-feira investigações em separado para apurar crimes eleitorais alegadamente cometidos por Onyx Lorenzoni.
A decisão responde a um pedido feito pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para separar excertos de depoimentos dos executivos da JBS relacionados com o "pagamento de caixa 2" (doação de dinheiro para campanha não declarado à justiça eleitoral), para Lorenzoni e outros nove parlamentares.
O futuro ministro foi citado como um dos políticos que recebeu dinheiro para financiar a sua campanha ao cargo de deputado federal (membro da câmara baixa) nos anos de 2012 e 2014, pelos executivos da empresa de produção de carne JBS.
Em 2017, Lorenzoni pediu desculpas e admitiu à radio brasileira Bandeirantes que recebeu a quantia de 100 mil reais (23 mil euros) da empresa em 2014.
Após as denúncias contra o futuro titular da pasta da Casa Civil, o Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, admitiu no dia seguinte que poderá demitir Onyx Lorenzoni, se existirem provas ou uma "denúncia robusta" contra ele.
"A haver qualquer comprovação, obviamente, ou uma denúncia robusta contra quem quer que seja do meu Governo que esteja ao alcance da minha caneta 'Bic', ela será usada", garantiu à imprensa Jair Bolsonaro, após um evento solene do Exército, em Brasília, no qual foi condecorado por ter salvo um soldado de afogamento, em 1978.
Questionado acerca das declarações de Bolsonaro, Onyx assegurou hoje que não tem medo das medidas adotadas pelo futuro chefe de Estado em relação ao seu próprio futuro no executivo: "Eu gosto tanto da caneta 'Bic' dele que eu subscrevo a declaração dele [Jair Bolsonaro]", disse o futuro governante.
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