Moldávia bloqueia mais de 20 portais de comunicação social russos na internet
Chisinau, Moldávia, 24 out 2023 (Lusa) -- A Moldávia anunciou hoje que bloqueou o acesso a mais de 20 portais de comunicação social russos na internet, no âmbito da luta contra a "desinformação" e a guerra híbrida, que Chisinau acusa Moscovo de levar a cabo.
Num decreto publicado na internet, os serviços secretos moldavos anunciaram que tinham ordenado o "bloqueio imediato" de 22 sítios online que, segundo os mesmos, veiculavam informações falsas. Entre os portais encerrados constam o da Russia Today (RT) e o dos meios de comunicação social estatais russos VGTRK.
Estes meios de comunicação social "são utilizados na guerra de informação contra a República da Moldávia, conduzida pelo agressor", afirmaram os serviços secretos moldavos.
As autoridades moldavas já tinham proibido a transmissão de programas noticiosos russos na rádio e na televisão em junho de 2022. Atualmente, apenas são permitidos filmes, séries, programas musicais e programas de entretenimento russos.
Em setembro, o Governo moldavo expulsou também o diretor local da agência noticiosa russa Sputnik, acusando o meio de comunicação de "mentiras e propaganda".
Na altura, o Kremlin protestou contra a "perseguição" dos meios de comunicação social russos na Moldávia e convocou o embaixador moldavo em Moscovo.
Desde o início da ofensiva russa na Ucrânia, a Presidente moldava pró-europeia, Maia Sandu, tem criticado regularmente o que considera ser a interferência russa e as tentativas de derrubar o seu país, que faz fronteira com aquele país invadido em fevereiro de 2022.
Ao mesmo tempo, Sandu defendeu a entrada da Moldávia na União Europeia, "a única forma de proteger a liberdade, paz e democracia" do país, considerando-a ainda "um investimento na segurança coletiva da Europa", de acordo com os argumentos utilizados num discurso recente.
A antiga república soviética de 2,6 milhões de habitantes, situada entre a Roménia e a Ucrânia, recebeu o estatuto oficial de candidata à adesão no ano passado.
Acusados de serem instrumentos de "desinformação" do Kremlin, os meios de comunicação social Sputnik e RT estão proibidos de emitir na UE desde março de 2022, tanto através da televisão como online, na sequência de um acordo da UE-27 pouco depois do início do conflito.
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