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Moldova suspende seis estações de televisão e bloqueia portais pró-russos

epa06912856 Journalists work at sunset during the water polo qualifier between Costa Rica and Venezuela during the 23rd Central American and Caribbean Games, in Barranquilla, Colombia, 26 July 2018.  EPA/Ricardo Maldonado Rozo

Moscovo, 30 out 2023 (Lusa) – A Moldova suspendeu hoje seis canais de televisão associados ao partido pró-russo Shor, ilegalizado, e ao oligarca fugitivo Vladimir Plahotniuc, além de bloquear outros 31 portais de Internet, a maioria deles controlados diretamente pela Rússia.

O chefe do Serviço de Informações e Segurança (SIS) da Moldova, Alexandru Musteata, assinou hoje uma ordem para bloquear os portais das principais agências russas, como a TASS e a Interfax, mas também a estação de rádio do braço de propaganda da agência Sputnik e jornais como o Izvestia e o Komsomolskaya Pravda.

No total, 21 dos 31 portais bloqueados "estão a ser controlados diretamente pela Rússia", disse Musteata numa conferência de imprensa, segundo o meio de comunicação social moldovo Newsmaker.

A decisão do Governo moldovo surge no primeiro de dois dias da visita oficial que o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, está a efetuar à Moldova, a convite da homóloga, Maia Sandu, que visitou Lisboa no início deste mês.

A ordem do Governo moldovo refere que se trata de portais de Internet que divulgam informações "suscetíveis de gerar tensões ou conflitos sociais" e que "provêm de autoridades públicas de um Estado envolvido num conflito militar e reconhecido como Estado agressor, ou de pessoas e entidades sancionadas pela União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Noruega pelas ações desestabilizadoras em relação à Moldova”.

O primeiro-ministro moldovo, Dorin Recean, escreveu na conta pessoal no Facebook que o país está sujeito “todos os dias a ataques híbridos por parte da Federação Russa”.

"Nas últimas semanas, estas ameaças aumentaram de intensidade. A Rússia, através de grupos criminosos organizados, quer influenciar as eleições locais de 05 de novembro e minar o processo democrático", sublinhou Recean.

O chefe do Governo moldovo explicou que, hoje, por recomendação do SIS, a Comissão para Situações Excecionais do país decidiu também suspender as licenças de seis canais de televisão "que promovem interesses estrangeiros".

"Estas estações de televisão estão subordinadas aos grupos criminosos [de Vladimir] Plahotniuc e [de Ilon] Shor, que se juntaram para desestabilizar o país", sublinhou Recean.

"Não o permitiremos e atuaremos sempre com prontidão e determinação no interesse dos cidadãos", acrescentou.

Os canais em causa são Orizont TV, iTV, Prime TV, Publika, Channel 2 e Channel 3, cujos portais na ‘web’ foram também bloqueados hoje.

A justiça moldova condenou este ano Ilon Shor, exilado em Israel, a 15 anos de prisão, enquanto Plahotniuc é procurado internacionalmente por corrupção e liderou o Partido Democrático da Moldávia (PDM), que governou o país entre 2016 e 2019.

Já na semana passada, o SIS ordenou o bloqueio de 22 portais de Internet russos e da Comunidade de Estados Independentes (CEI) na Moldova, incluindo canais públicos russos como a NTV, Vesti e RT, Zvezda, a televisão do Ministério da Defesa russo, o canal ultranacionalista Tsargrad e agências como a Rossia Segodnia.

Há vários meses que o acesso a cinco portais da agência noticiosa oficial russa Sputnik já tinha sido bloqueado por difundir "informações falsas" e, em meados de setembro, o diretor da Sputnik Moldova, Vitali Denisov, foi expulso do país.

Em 2022, a Moldova também encerrou seis canais de televisão russos para proteger os seus cidadãos da propaganda e da desinformação do Kremlin, que apoia a região separatista moldava da Transnístria.

 

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Lusa/Fim