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Observatório sugere que Chega e Vox coordenaram desinformação sobre imigrantes nas europeias

The president of Chega (Enough) party, André Ventura (L), accompanied by the leader of the Spanish far-right party Vox, Santiago Abascal, at the start of a dinner rally with supporters as part of the campaign for the legislative elections on 10 March, Olhao, Portugal, 06 March 2024. More than 10.8 million Portuguese are expected to vote on Sunday to elect 230 deputies to the Assembly of the Republic. Eighteen political forces, 15 parties and three coalitions are running in these elections.LUÍS FORRA/ LUSA

Lisboa, 30 jun 2025 (Lusa) – O aumento de desinformação anti-imigração com origem em partidos de extrema-direita sugere uma coordenação nesta matéria entre o Chega, em Portugal, e o Vox, em Espanha, conclui o Observatório Europeu dos Media Digitais (EDMO).

"Nos Estados-membros da UE [União Europeia], as evidências mostram que os partidos de extrema-direita e populistas são frequentemente fontes de desinformação" e exemplos disso são o Chega ou o Vox, partidos de extrema-direita na Península Ibérica, afirma um relatório do EDMO.

Nas europeias de 2024 em Portugal, segundo o observatório, registou-se "um aumento do discurso desinformativo anti-imigração por parte do partido de extrema-direita Chega, sugerindo, em alguns casos, uma coordenação com o partido de extrema-direita Vox, em Espanha, sobre o assunto".

Além disso, “a desinformação é difundida por uma multiplicidade de atores diferentes […] em vários países, os políticos são considerados fontes de declarações falsas amplamente partilhadas. Em certos casos, mesmo o Governo ou o Estado podem espalhar ou amplificar a desinformação”.

Intervenientes estrangeiros também desempenham um papel no comprometimento da integridade da informação, destacando campanhas de desinformação que imitam os ‘sites’ de meios de comunicação fidedignos para transmitir uma determinada mensagem com maior credibilidade.

De acordo com dados de 2023, “a desinformação estrangeira está a ser difundida em 16 línguas da UE”, incluindo o português.

“Embora a interferência de agentes estrangeiros não seja significativa em Portugal, as eleições legislativas de março de 2024 revelaram uma campanha de desinformação difundida através de anúncios no YouTube, com origem estrangeira encoberta ligada a atores sul-americanos e brasileiros”, lê-se no relatório.

Segundo o documento, na semana de 20 a 26 de março de 2024, a rede Pravda (rede de desinformação russa) esteve ativa em 19 países da UE, entre os quais Portugal, sendo que o país “registou uma propagação de desinformação em língua portuguesa com origem no discurso brasileiro”, conclui o observatório.

O relatório do observatório europeu teve como objetivo mapear os diferentes tipos de atores causadores de desinformação na UE e identificar os diferentes autores de desinformação nos 27 Estados-membros.

 

Paulo Resendes