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ONU alerta: desinformação é ameaça e “sem imprensa não há liberdade”

epa04947501 The United Nations flag flies outside United Nations Headquarters in New York City, New York, USA, 24 September 2015. Pope Francis will address the UN General Assembly 25 September and the UN Development Summit and General Assembly will take place from 25 September through 03 October with more than 150 heads of state in attendance.  EPA/MATT CAMPBELL

Nações Unidas, 02 mai 2023 (Lusa) - A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou hoje o crescimento da desinformação e o ​​​​​​​aumento da censura e dos ataques contra jornalistas, alertando que "sem imprensa não há liberdade".
A organização antecipou o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, assinalado a 03 de maio, com um evento na sua sede para comemorar o 30.º aniversário do início desta celebração anual e analisar os principais problemas que os meios de comunicação enfrentam.
E o cenário é bastante preocupante, segundo as mensagens expressas hoje por dirigentes, especialistas e jornalistas das Nações Unidas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou numa mensagem de vídeo que a "verdade está ameaçada" por aqueles que procuram apagar "as linhas entre factos e ficção, entre ciência e conspiração".
Guterres denunciou também a "crescente concentração dos meios de comunicação em poucas mãos", o colapso financeiro que eliminou uma variedade de títulos independentes, a par do aumento das regulamentações que limitam o trabalho dos jornalistas e ampliam a censura e os ataques sofridos pelos repórteres.
"Jornalistas independentes e a liberdade de imprensa estão a ser atacados em todo o mundo. Sem jornalistas a fornecer notícias e informações nas quais as pessoas possam confiar, temo que continuaremos a ver os laços cívicos a desfazer-se, as normas democráticas corroídas e prejudicada a confiança em instituições e pessoas, que são tão essenciais para a ordem mundial", alertou Arthur Gregg Sulzberger, presidente e editor do The New York Times.
Sulzberger comparou a difícil situação com a "esperança" que existia há 30 anos, quando foi instituído o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, quando o fim da Guerra Fria sugeria a expansão das liberdades e em que os grandes meios de comunicação gozavam de força económica.
No entanto, o advento da Internet - com os danos ao modelo tradicional de negócio e a fácil disseminação da desinformação - transformou essa era em algo passageiro e resultou num período de "debilidade para a imprensa" que desestabilizou as democracias e beneficiou autocratas, observou.
O responsável pelo jornal nova-iorquino, que proferiu um dos discursos centrais da conferência de hoje, alertou para a difícil situação enfrentada em países onde as liberdades de imprensa eram robustas e noutros onde já eram débeis ou inexistentes.
No primeiro caso, disse Sulzberger, os jornalistas enfrentam agora campanhas sistemáticas que minam a sua credibilidade e ataques às proteções legais que garantem a realização do seu trabalho.
No segundo, os profissionais de comunicação sofrem crescentes níveis de assédio e violência, com números recorde de homicídios e prisões.
Sulzberger chamou a atenção para ataques à imprensa em países como China, Hungria, Egito, Nicarágua ou Rússia.
"Há um ataque global aos jornalistas, ao seu trabalho e ao direito do público de saber", insistiu.
A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, alertou para a ameaça que isso representa para todos os habitantes do planeta.
"Sem a imprensa não há liberdade", disse, citando a jornalista filipina Maria Ressa, vencedora do Prémio Nobel da Paz em 2021.
Guterres também insistiu nessa ideia: "Basicamente toda a nossa liberdade depende da liberdade de imprensa", sublinhou.

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Lusa/Fim