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ONU critica empresas donas de redes sociais por falta de resposta eficaz à desinformação

epa07541880 (ILLUSTRATION) - A person scrolls the screen of a mobile phone while loading information on how to counter 'fake news' in New Delhi, India, 02 May 2019. India's elections are half-way through and politicians in the world's largest democracy are intensely using social media to woo voters amid fake news and misinformation concerns in a country with over 560 million internet subscribers.  EPA/HARISH TYAGI

Nações Unidas, 23 mai 2022 (Lusa) – A Organização das Nações (ONU) criticou hoje as empresas donas das redes sociais por não darem a resposta mais eficaz para prevenir a disseminação de desinformação.

"As redes sociais podem alimentar a polarização e, às vezes, a violência. O mau uso das redes sociais – e a resposta às vezes limitada ou não totalmente adequada das empresas de redes sociais – está a permitir a disseminação de desinformação, radicalização até chegar à violência, racismo e misoginia. Isso pode aumentar as tensões e, em alguns casos, exacerbar o conflito", afirmou a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, perante o Conselho de Segurança.

Num 'briefing' sobre tecnologia e segurança no Conselho de Segurança, convocado pelos Estados Unidos e focado no "uso de tecnologias digitais na manutenção da paz e segurança internacionais”, foi citado ainda o caso da Etiópia, em que com a escalada dos combates, registou-se um "aumento alarmante" de publicações nas redes sociais espalhando retórica inflamatórias, como incitações a violência étnica.

A ONU também sublinhou que a desinformação pode prejudicar a capacidade das suas próprias missões em implementar os seus mandatos, exacerbando falsidades e alimentando a polarização.

"No Iraque, por exemplo, após relatos de aumento do assédio 'on-line' de candidatas femininas nas eleições do ano passado, a UNAMI [Missão de Assistência das Nações Unidas para o Iraque] fez parcerias com organizações da sociedade civil para monitorizar o discurso de ódio, emitir relatórios públicos e fortalecer a educação do eleitor", explicou.

"Devemos abraçar plenamente as oportunidades oferecidas pelo digital para promover a paz. Mas, para isso, devemos também mitigar os riscos que tais tecnologias representam e promover o seu uso responsável por todos os atores", acrescentou.

Também o professor adjunto da Universidade McGill, Dirk Druet, foi um dos convidados a intervir neste 'briefing' do Conselho de Segurança e citou a guerra da Rússia na Ucrânia como um exemplo onde as tecnologias estão a ser usadas para moldar a narrativa pública.

Nesse sentido, Druet, que é investigador, consultor de políticas e estratego com mais de uma década de experiência no pilar internacional de paz e segurança das Nações Unidas, sugeriu que a própria ONU assuma um papel mais explícito e deliberado como ator da informação em ambientes de conflito.

 

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Lusa/Fim