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Parlamento Europeu defende sanção ao TikTok em caso de interferência nas eleições romenas

epa08678600 (FILE) - A close-up shows an application 'TikTok' on a smart phone in Berlin, Germany, 07 July 2020 (reissued 18 September 2020). The US Commerce Department on 18 September 2020 announced that downloads of ByteDance's video sharing app TikTok and multi-purpose messaging and payment platform WeChat will be blocked in the US starting 20 September 2020.  EPA/HAYOUNG JEON *** Local Caption *** 56200256

Estrasburgo, França, 12 fev 2025 (Lusa) - A vice-presidente do Parlamento Europeu Christel Schaldemose aguarda pelo relatório da Comissão Europeia sobre a eventual violação da DSA (Lei dos Serviços Digitais) e defende sanções caso se prove interferência do TikTok nas eleições romenas.

"Caso a DSA tenha sido violada, o TikTok sofrerá as consequências", defendeu a vice-presidente na mesa redonda sobre os desafios das redes sociais e a interferência estrangeira, que decorreu no Parlamento Europeu, acrescentado ser necessário ter "um sistema que possa agir se as coisas não forem corretas".

A Comissão Europeia anunciou, em meados de dezembro, a abertura de um inquérito contra a rede social TikTok suspeita de ter falhado nas suas obrigações.

O Tribunal Constitucional anulou as eleições presidenciais na Roménia em 06 de dezembro, 48 horas antes da segunda volta, para a qual Georgescu era favorito, por suspeita de interferência de um "agente de um Estado estrangeiro", em referência à Rússia, e de irregularidades no financiamento da campanha.

"Eles [TikTok] trataram os candidatos de forma justa? Assumiram responsabilidade suficiente? Fizeram o suficiente para evitar interferências estrangeiras? Preveniram-se contra as contas que talvez venham ou sejam estabelecias por russos ou por outros países hostis à Roménia?", foram algumas das questões levantadas pela responsável.

Através da DSA, o objetivo é "impor regras às plataformas 'online' muito grandes como TikTok, X, Meta", bem como "unir a capacidade da UE para entender os algoritmos", disse Schaldemose.

Christel Schaldemose mencionou também que "se as regras da DSA não são fortes o suficiente para ir contra a interferência externa, desinformação, ou se não são suficientes para proteger a democracia, é necessário estar aberto para fazer de forma diferente", considerando ser cedo para tirar esta conclusão, referiu a vice-presidente.

A Lei dos Serviços Digitais entrou em vigor em 17 de fevereiro de 2024 e tem como missão "regular intermediários e plataformas 'online', para prevenir atividades ilegais e prejudiciais 'online' e a disseminação de desinformação".

Eurodeputados portugueses preocupados

Os eurodeputados portugueses do PS, AD, IL, BE e PCP consideram preocupante a possível interferência estrangeira nas eleições romenas, enquanto o Chega fala apenas numa "pequena influência".

Em declarações à agência Lusa à margem do debate sobre a "Defesa da Integridade Digital da Europa: enfrentar os desafios das redes sociais e a interferência estrangeira", em Estrasburgo, o deputado do Partido Socialista (PS) Bruno Gonçalves relembrou a ida ao parlamento europeu "da responsável que o Tik Tok" que se "recusou a dizer que o TikTok poderia ter favorecido uma candidatura".

"Dois dias antes das eleições foram lançados três mil anúncios de pouco mais de uma dezena de contas", disse.

Já o eurodeputado da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP) Sebastião Bugalho usou o exemplo da Roménia para dizer que "o potencial danoso de interferência digital nas democracias europeias é real e está aí".

António Tânger Corrêa, do Chega, disse que "apenas uma pequena parte dos eleitores é que teria tido influência pequena", e aguarda para saber o desfecho do próximo ato eleitoral.

Ana Vasconcelos Martins, eleita pela Iniciativa Liberal (IL), fala numa "ameaça real que deve ser levada a sério e bem estudada", mas não pode servir de pretexto para anular a liberdade de expressão.

Também à margem da reunião, Catarina Martins, do Bloco de Esquerda (BE), disse "ter alguma dificuldade em perceber o impacto disso noutros países", salientando o excesso de participação nas redes sociais, sobretudo nas gerações mais jovens.

O eurodeputado do PCP, João Oliveira, revelou estupefação e apreensão, dizendo ser "estranho que haja circunstâncias em que se possa dizer quando a interferência é nossa (UE), não há problema, quando a interferência é de outra natureza, já há problema".

 

 

 

Paulo Resendes