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Pelo menos 23 mortos e 30 feridos em onda de desinformação sobre cólera em Moçambique

epa10279170 A researcher works at epidemiological analysis lab of the NGO Assistance Coordination Unit (ACU) in Idlib, Syria, 29 October 2022 (issued 01 November 2022). According to figures issued on 30 October by the Early Warning, Alert and Response Network (EWARN), that is surveilling and monitoring epidemiological diseases in affected areas outside the Syrian regime control, a total of four deaths, 216 positive samples and 4,970 suspected cases of cholera were reported in northwest Syria. The UNICEF in October warned that the epidemic in Syria has left over 20,000 suspected cases with acute watery diarrhoea and 75 cholera-associated deaths since its start. Reliance on unsafe water increases the risk of contracting the water-borne disease, the reports added. The UNICEF made an appeal for 40.5 million US dollars to expand its emergency cholera response in Syria and Lebanon alone, with an aim to support in health, water, hygiene and sanitation, risk communication and community engagement in the next three months.  EPA/YAHYA NEMAH  ATTENTION: This Image is part of a PHOTO SET

Maputo, 17 jan 2024 (Lusa) -- Pelo menos 23 pessoas morreram e outras 30 ficaram feridas devido a uma onda de desinformação sobre a cólera em Moçambique, disse hoje o comandante-geral da polícia moçambicana, Bernardino Rafael.

"A polícia foi chamada a intervir em 27 casos violentos relacionados à cólera", nos quais os líderes comunitários foram as principais vítimas, disse o comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), durante uma conferência de imprensa em Ressano Garcia, na província de Maputo.

Além dos mortos e feridos, 91 infraestruturas foram vandalizadas, sobretudo do Governo e das autoridades comunitárias, referiu o responsável.

Segundo o comandante-geral, alguns agentes da polícia moçambicana acabaram também sendo vítimas durante as escaramuças, quando tentavam garantir a ordem e segurança pública.

Apesar do ocorrido, "continuamos firmes a garantir a ordem e segurança para que o país conheça paz, harmonia, sossego, o bem-estar e sobretudo concórdia com os próprios moçambicanos", referiu o comandante-geral.

Os líderes comunitários e técnicos de saúde, na sua maioria, têm sido mortos e feridos por populares sob alegações de estarem a levar a doença às comunidades.

Entre maio e novembro, pelo menos 16 pessoas foram detidas na província de Sofala, no centro de Moçambique, por passarem informações erróneas sobre a cólera, indicaram as autoridades.

A cólera é uma doença, tratável, que provoca fortes diarreias e que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que mil milhões de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença, apontando, já em outubro, Moçambique como um dos países de maior risco.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

LN // MLL

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