Peritos da ONU pedem a Malta independência na investigação à morte de jornalista
Genebra, Suíça 19 out (Lusa) - Um grupo de especialistas da ONU instou hoje o Estado de Malta a "honrar" os seus compromissos, lançando uma investigação rápida e independente sobre o assassínio da jornalista Daphne Caruana Galizia, para encontrar e julgar os responsáveis.
"Condenamos o assassínio de Daphne Caruana Galizia, uma das jornalistas de investigação mais conhecidas de Malta e uma forte opositora da corrupção pública", indicaram em comunicado quatro especialistas independentes.
Trata-se de Agnes Callamard, relatora especial da ONU sobre execuções extrajudiciais; Michel Forst, relator especial sobre defensores dos direitos humanos; Juan Pablo Bohoslavsky, relator sobre a dívida externa e direitos humanos e David Kaye, relator especial sobre a proteção da liberdade de opinião e expressão.
Numa posição conjunta, os quatro relatores consideraram a morte de Daphne Caruana Galizia como "um rombo no jornalismo de investigação independente".
Daphne Caruana Galizia estava a investigar as relações entre a classe política maltesa e os "Papéis do Panamá" e morreu na passada segunda-feira quando uma bomba explodiu no seu carro. A jornalista tinha recebido, e denunciado, ameaças de morte na semana passada.
Os quatro relatores enalteceram o facto de as autoridades maltesas terem iniciado uma investigação ao homicídio, mas apelaram a que esta seja conduzida de forma rápida e independente, bem como pública, seguindo-se um processo judicial para julgar todos os autores.
Os especialistas também assinalaram que as autoridades deveriam "levar a sério" as preocupações expressadas pela família da jornalista quanto à independência do juiz que está a investigar o caso.
Os filhos da jornalista assassinada exigiram hoje a demissão do primeiro-ministro de Malta, Joseph Muscat.
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