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PONTOS ESSENCIAIS: Recomendações do Iberifier, do impacto da IA na desinformação à literacia

Lisboa, 15 maio 2024 (Lusa) - O desenvolvimento crítico e urgente de investigação académica sobre as ameaças e benefícios da inteligência artificial (IA) é uma das recomendações do Observatório Ibérico de Media Digitais (Iberifier) no relatório hoje divulgado.


Esta é uma das quatro abordagens de inovação recomendadas no relatório "Padrões de consumo de desinformação em Portugal e Espanha", elaborado pelo Iberifier, um projeto que visa combater a desinformação.


De acordo com o estudo, em Portugal e Espanha "a confiança nos media e na ideia do jornalismo e das notícias como solução para os fenómenos de desinformação é consideravelmente menos difundida entre as gerações mais jovens, nomeadamente entre os 18 e os 24 anos".


E os comportamentos negativos em torno das notícias, "como o evitar ativo de notícias e a perda de interesse, são mais prevalecentes não só entre os mais jovens, mas em particular entre os mais pobres e os menos instruídos".


É um aspeto que os investigadores acreditam "ter particular impacto no potencial crescimento da polarização em ambos os países".


No relatório, o Iberifier faz 10 recomendações, das quais seis de continuidade e quatro de inovação.



+++ Estudar respostas com Inteligência Artificial +++


Nesta última área, recomenda "desenvolver de forma crítica e urgente a investigação académica e os quadros regulamentares que estudam e enfrentam as ameaças da inteligência artificial, permitindo simultaneamente a maximização dos seus benefícios".



+++ Estudar diferenças entre Portugal e Espanha +++


Propõe também a "investigação mais aprofundada sobre os aspetos que diferenciam Espanha e Portugal, não só relacionados com as dimensões (por exemplo, política, científica, social, económica, entre outros), mas também relacionados com acontecimentos e fenómenos concretos" e "uma abordagem crescentemente transnacional baseada não só nas fronteiras geográficas de ambos os países, mas também no pressuposto de que a língua espanhola e a língua portuguesa são um fator unificador para 645 e 236 milhões de pessoas em todo o mundo, respetivamente".



+++ Estudar as "rotas" da viralização +++


Por último, o observatório recomenda a identificação de "possíveis rotas de viralização da desinformação através de diferentes plataformas, mapeando tendências entre diferentes tipologias de plataformas de redes sociais".



+++ Perceber comportamentos na desinformação +++


O Iberifier recomenda a continuidade da "adoção de quadros psicológicos e sociais que enquadrem subjetivamente a perceção das audiências e os seus comportamentos em relação à informação e à desinformação, e exploração de padrões de comportamento negativos (diminuição do interesse pelas notícias ou evitamento de notícias)".



+++ Estudar os processo eleitorais +++


Devem também continuar as "abordagens exaustivas" sobre acontecimentos específicos "como processos eleitorais nacionais e regionais, conflitos armados", entre outros, além de uma "compreensão mais profunda da circulação de conteúdos de desinformação nas redes sociais, numa perspetiva holística da oferta e da procura".



+++ Investigações multidisciplinares e mais literacia +++


Recomenda ainda a "persistência de abordagens multidisciplinares e multi-institucionais em detrimento de abordagens isoladas e 'insulares'" e o "aumento do investimento na literacia mediática e noticiosa da população". Por último, reforça a necessidade de "convergência dos quadros políticos e regulamentares".



O Iberifier integra 23 centros de investigação e universidades ibéricas, as agências de notícias portuguesa, Lusa, e espanhola, EFE, e 'fact checkers' como o Polígrafo e Prova dos Factos - Público, de Portugal, e Maldita.es e Efe Verifica, de Espanha.



ALU/NS // PSC


Lusa/Fim