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Primeira condenação em Espanha por divulgação de ‘fake news’ na internet

epa10235992 Red Cross and Civil Guard members help some of the 17 immigrants, who have been rescued at sea when they travelled in a little shio trying to reach Spain, at Motril dock, Granada, Spain on 11 October 2022.  EPA/ALBA FEIXAS

Madrid, 08 nov 2022 (Lusa) - Um homem foi hoje condenado em Espanha a 15 meses de prisão por divulgar na internet um vídeo em que atribuía a um imigrante menor não acompanhado no país a autoria de uma agressão que na realidade ocorreu na China.
O condenado, membro da força policial Guarda Civil, aceitou, sem contestar, a sentença de um tribunal de Barcelona, naquela que é considerada a primeira condenação em Espanha por divulgação de conteúdos falsos, conhecidos como 'fake news'.
O homem reconheceu os factos de que estava acusado e aceitou a sentença, que o considera culpado de um delito contra os direitos fundamentais, por divulgar em 2019 um conteúdo falso com o objetivo de difamar grupos vulneráveis, neste caso, imigrantes menores que chegam a Espanha não acompanhados por adultos.
O Ministério Público considerou, durante o julgamento, que o homem atentou contra os direitos fundamentais e que agiu "movido pela sua animosidade e rejeição aos imigrantes de origem marroquina" quando publicou um vídeo e assegurou que era o registo de uma violação, dias antes, em Espanha, o que era falso.
O vídeo, que mostrava um homem a agredir uma mulher, tinha sido feito na China e divulgado pelas autoridades daquele país com o objetivo de identificar o agressor com a ajuda dos cidadãos.
A publicação feita pelo espanhol agora condenado foi visualizada cerca de 21.900 vezes e o Ministério Público invocou ainda, durante o julgamento, que na conta no Twitter tinha também outros comentários xenófobos e símbolos da extrema-direita.
Além da condenação a 15 meses de prisão, o tribunal decidiu que terá de pagar uma multa de 1.620 euros e que fica proibido de exercer atividades docentes ou desportivas durante cinco anos.
A defesa pediu ao tribunal para que a condenação a 15 meses de prisão seja uma pena suspensa, algo a que o Ministério Público se mostrou favorável, uma vez que não há antecedentes criminais e que o homem aceitou fechar as contas que tem nas redes sociais.
No entanto, para não entrar na prisão, terá de aceitar fazer uma formação relacionada com o tema da igualdade e os Direitos Humanos.

MP//CFF
Lusa/Fim