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Redes sociais e líderes mundiais lançam “chamada global” para proteger crianças ‘online’

epa07524576 An anonymous man uses a computer equipped with a webcam, in The Hague, Netherlands, 18 January 2010. issued 24 April 2019. Media reports on 24 April 2019 state that the Internet Watch Foundation (IWF) found record amounts (105,047 URLs) of child sexual abuse imagery last year due to improving its technology to help speed up the detection and assessment of the criminal images. Almost half (47 percent) of all the imagery found last year was discovered in the Netherlands.  EPA/ROOS KOOLE

Paris, 12 nov 2021 (Lusa) -- Gigantes tecnológicas, como as redes sociais Facebook, Twitter ou Snapchat, juntaram-se a líderes mundiais e lançaram na quinta-feira uma "chamada global" com o objetivo de proteger melhor as crianças que utilizam a Internet.

A iniciativa, que foi divulgada durante Fórum para a Paz em Paris, teve como impulsionadores a França e a agência para a proteção infantil das Nações Unidas, a UNICEF.

Os envolvidos reconhecem que "no ambiente digital, as crianças podem-se deparar com conteúdos nocivos e violentos ou com manipulação de informações".

"Assim como os adultos, as crianças têm direito à privacidade, que deve ser respeitado", destacaram.

No texto divulgado, citado pela agência AP, são ainda apontadas as "ameaças amplificadas pela tecnologia", onde se incluem o ciberbullying, o abuso sexual, a prostituição, o tráfico de pessoas, a violência sexual e de género ou a radicalização da violência 'online'.

"Pedimos a todos os governos, prestadores de serviços na Internet e organizações relevantes que lutem pelos direitos das crianças no ambiente digital", pode ler-se.

Entre os signatários estão a Amazon, o Google e Youtube, a empresa detentora do Facebook e Instagram, a Meta, a Microsoft, o Snapchat e o Twitter.

Esta "chamada global" contou ainda com a adesão de oito nações, onde se incluem a França, Itália, Argentina, Jordânia e Marrocos.

Cerca de 30 chefes de Estado e de Governo, bem como a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, estão a participar no Fórum para a Paz em Paris, que arrancou na quinta-feira.

O encontro, que decorre em formato presencial e 'online', junta líderes mundiais, CEO's, ONG e outras figuras para discutir questões globais como o clima, a pandemia de covid-19 ou a transição digital.

O Presidente francês Emmanuel Macron presidiu a sessão sobre os direitos das crianças que contou com a presença da CEO do YouTube, Susan Wojcicki, e do vice-presidente sénior da Amazon, Russel Grandinetti.

"Temos de regulamentar os conteúdos e as ferramentas de autorização para que uma criança de 8, 10 ou 15 anos não possa estar exposta a todos os conteúdos sem regras", assinalou o chefe de Estado de França.

E frisou que estas medidas devem ser feitas através do controlo dos país e instalando definições padrão em algumas ferramentas, defendendo ainda a necessidade de educar as crianças para os riscos das redes sociais.

Macron, Harris, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen, e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, também participaram numa outra conferência sobre a regulamentação do domínio digital, na qual participou o presidente da Microsoft, Brad Smith.

Os defensores dos direitos das crianças há anos que apelam para que os gigantes tecnológicos da Internet tomem medidas para proteger melhor os mais novos.

As revelações no mês passado da ex-funcionária do Facebook, Frances Haugen, que trouxe ao conhecimento público estudos internos daquela empresa sobre os danos do Instagram em adolescentes, intensificaram as preocupações dos pais sobre aquela aplicação de partilha de fotos e vídeos.

A responsável da 'E-Enfance', um grupo que defende a proteção das crianças na Internet, Justine Atlan, que participou no fórum, salientou que por mais ferramentas que se construam "todas essas funcionalidades são inúteis porque as crianças mentem sobre sua idade",

"Para mim, esse é o grande problema. É por isso que acho que temos de trabalhar todos juntos e encontrar soluções", atirou.

Já Nora Fraisse, responsável pela associação francesa de luta contra o bullying nas escolas 'Marion La Main Tendue', criada após a sua filha ter cometido suicídio aos 13 anos porque era assediada na escola, elogiou este "momento-chave" que coloca "pressão internacional" sobre os gigantes da Internet.

Num estudo nacional, encomendado este ano por aquela associação, é demonstrado que a proporção de pessoas que tentaram suicídio é maior entre as crianças vítimas de bullying na escola (12%) do que na população em geral (7%).

DMC //RBF

Lusa/Fim