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Reino Unido acusa Rússia de querer interferir nas eleições na República Centro-Africana

epa08960551 Rwandan United Nations Multidimensional Integrated Stabilization Mission in the Central African Republic (MINUSCA) forces patrol on the axes leaving Bangui for Boali and Damara, Central African Republic 23 January 2021. The Central African Republic has declared a state of emergency as the army and UN forces try to contain advancing rebel forces.  EPA/ADRIENNE SURPRENANT

Londres, 20 fev 2025 (Lusa) - O Reino Unido acusou hoje a Rússia de planear interferir nas próximas eleições na República Centro-Africana e os EUA alegaram que Moscovo estava a tentar roubar os recursos do país rico em ouro e diamantes.
A vice-embaixadora russa nas Nações Unidas, Anna Evstigneeva, respondeu dizendo ao Conselho de Segurança da ONU: “É surpreendente que os nossos colegas dos EUA e do Reino Unido continuem a chicotear o cavalo morto da sua campanha para difamar a Federação Russa”.
A República Centro-Africana, conhecida como RCA, está em conflito desde 2013, quando rebeldes predominantemente muçulmanos tomaram o poder e forçaram o então presidente François Bozizé a deixar o cargo.
É um dos primeiros países africanos em que os mercenários Wagner, apoiados pelo Kremlin, estabeleceram as suas operações com o compromisso de combater grupos rebeldes e restaurar a paz – e os laços governamentais e militares de Moscovo cresceram.
O enviado especial da ONU para a RCA, Valentine Rugwabiza, disse ao conselho que as próximas eleições locais, legislativas e presidenciais são “uma oportunidade significativa” para alargar a autoridade do Estado, lançar as bases para uma governação descentralizada e contribuir para abordar as causas profundas dos conflitos recorrentes na RCA.
O vice-embaixador britânico na ONU, James Kariuki, concordou, dizendo que “as eleições devem ser um marco importante na expansão da participação política de todos os indivíduos na RCA”.
“No entanto, o Reino Unido tem informações de que representantes dirigidos pelo Estado russo têm planos para interferir nas eleições da RCA, nomeadamente através da supressão de vozes políticas e da realização de campanhas de desinformação para interferir no debate político”, disse, sem fornecer mais detalhes ou provas.
Kariuki disse que os representantes - que não identificou - estão a desrespeitar a soberania da RCA “para garantir o apoio contínuo aos seus objetivos desestabilizadores” e estão a pôr em risco um mandato do Conselho de Segurança da ONU para ajudar a apoiar eleições inclusivas, livres e justas.
O ministro-conselheiro dos EUA, John Kelley, disse ao conselho que a força de manutenção da paz da ONU na RCA, conhecida como MINUSCA, é a chave e “a forma menos dispendiosa” de garantir a soberania e a independência do país.
Pode promover a segurança e a estabilidade, trabalhar com o governo para expandir a autoridade do Estado, criar condições para a paz e o desenvolvimento económico e informar sobre os desafios dos direitos humanos, apontou.
No entanto, acrescentou: “É claro que os atores apoiados pelo Kremlin que pretendem ser parceiros de segurança estão a minar a autoridade da República Centro-Africana e a minar a paz com o objetivo principal de roubar recursos da RCA sem contribuir para o seu desenvolvimento”.
Evstigneeva da Rússia respondeu que o governo da RCA, apoiado pela ONU e parceiros, obteve ganhos consideráveis nos últimos anos no combate a grupos armados ilegais e na garantia do controlo estatal sobre 90% do território do país.

 

Mariana Espírito Santo