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Twitter acusou conservadores de terem “enganado” eleitores

epa08009620 A handout photo made available by ITV shows British prime Minister and Conservative party leader Boris Johnson (L) and Labour party leader Jeremy Corbyn (R) shake hands during tonight's live debate 'Johnson v Corbyn: The ITV Debate', at ITV Studios in Manchester, Britain, 19 November 2019.  EPA/JONATHAN HORDLE / ITV / HANDOUT MANDATORY CREDIT: JONATHAN HORDLE / ITV EDITORIAL USE ONLY UNTIL 19 DECEMBER 2019 / HANDOUT NO SALES

Londres, 20 nov 2019 (Lusa) -- O Twitter acusou hoje o Partido Conservador britânico de "enganar" os eleitores, ao ter apresentado uma das suas contas nesta rede social como perfil de verificação de informações durante um debate televisivo, na terça-feira à noite.

Enquanto o primeiro-ministro conservador, Boris Johnson, e o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, se confrontavam no seu primeiro debate televisivo, na terça-feira à noite, para as eleições legislativas de dezembro, a conta de Twitter do serviço de imprensa dos conservadores mudou repentinamente de nome de "CCHQPress" para "FactcheckUK".

Perante esta situação, o Twitter avisou hoje os conservadores britânicos de que tomará medidas se as contas do partido voltarem a tentar "enganar" os eleitores, fazendo-se passar por um espaço de verificação de informações ("fact checking"), durante a campanha eleitoral.

A conta que alterou o nome durante o debate, e que voltou ao seu nome inicial logo a seguir ao programa televisivo, está carimbada com um crachá azul, símbolo de certificação que serve como garantia de confiança nas informações fornecidas.

"O Twitter comprometeu-se a garantir um debate saudável durante a campanha eleitoral do Reino Unido. Temos regras em vigor a nível internacional que proíbem comportamentos enganosos, incluindo os que envolvem contas certificadas", disse hoje um porta-voz do Twitter, recordando que a empresa deixou de aceitar propaganda eleitoral em todo o mundo.

"Qualquer outra tentativa de enganar as pessoas, alterando as informações certificadas do perfil, como foi feito durante o debate eleitoral, resultará em sanções", disse o mesmo porta-voz do Twitter.

Dominic Raab, secretário de Negócios Estrangeiros do Governo de Boris Johnson e dirigente conservador, já veio defender o seu partido dizendo que "ninguém quer saber das alterações que se fazem nas redes sociais".

Mas a explicação não convenceu os adversários políticos, que acusam os conservadores de "jogo sujo", durante a campanha para as eleições de 12 de dezembro.

Tom Brake, porta-voz do Partido Democrata-liberal, disse que se tratou de uma manobra "tirada diretamente dos livros de instruções de Donald Trump ou Vladimir Putin", referindo-se aos presidentes dos EUA e Rússia, respetivamente.

O deputado trabalhista David Lamy disse que o caso ilustra bem o "desprezo pela verdade" do Partido Conservador e do Governo.

O diretor-geral da empresa Full Fact, uma agência de verificação de factos, alertou hoje para a alteração e suas consequências na credibilidade dos utilizadores e imputou as responsabilidades ao Partido Conservador, ilibando o Twitter de culpas neste caso.

Ainda antes deste caso, os arcebispos de York e de Canterbury, figuras de relevo na sociedade britânica, num comunicado conjunto, pediram aos candidatos para debaterem "com respeito, sem recorrer a ataques pessoais" e para se comportarem com "responsabilidade, sobretudo nas redes sociais".

 

Ricardo Jorge Pinto