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Repórteres Sem Fronteiras pede à operadora Eutelsat que deixe de colaborar com a Rússia

Paris, 18 jul 2022 (Lusa) -- A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu hoje à operadora de satélite francesa Eutelsat, transmissora de emissões de televisão e rádio, que deixe de ser a "intermediária" da propaganda russa.


Segundo a RSF, o Governo de França "não pode permitir que isto continue", afirmou a organização com sede em Paris, numa declaração, tendo em conta que até à data o Estado francês detém 20% da Eutelsat.


A operadora utiliza dois satélites para transmitir os canais de duas empresas de distribuição televisiva russas (NTV+ e Trikolor), entre eles Rossiya 1, Perviy 1 e NTV, que, segundo a RSF, são "as pontas de lança da máquina de propaganda da guerra russa".


"Estes canais transmitem constantemente desinformação que condena crimes de guerra, incita à violência e ao ódio e legitima a guerra de agressão russa contra a Ucrânia", afirmou a RSF.


De acordo com o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, "A Eutelsat não pode contribuir para a propaganda do Kremlin fornecendo-lhe os meios para transmitir e depois lucrar com a desinformação e censura".


A organização recordou ainda que a Eutelsat está obrigada a cumprir uma convenção internacional que assinou com 49 países membros em 2002 e que, segundo a mesma, o respeito pela liberdade de expressão e informação, pela dignidade humana, pelo pluralismo dos meios de comunicação social e a proibição do incitamento à violência e ao ódio racial são alguns dos princípios inquebráveis.


"Os pacotes de canais que a Eutelsat transmite da Rússia não satisfazem estes requisitos", sublinha a organização, que convidou o Governo francês a convocar uma reunião com os países signatários para propor a exclusão dos conteúdos russos.


"Seria melhor para a Eutelsat transmitir canais de televisão russos independentes", insistiu Deloire, referindo que os meios de comunicação social, que não aceitam a linha oficial russa, são proibidos pelo Kremlin.


A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que já matou mais de 4.300 civis e obrigou à fuga para o estrangeiro mais de 7,2 milhões pessoas, segundo dados da ONU, que sublinha que os números reais podem ser muito superiores.


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Lusa/Fim