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Suspeito de esfaquear candidato brasileiro Jair Bolsonaro teve motivação religiosa e política – advogado

Brasília, 07 set (Lusa) -- O suspeito de ter esfaqueado Jair Bolsonaro, candidato às presidenciais brasileiras, na quinta-feira, tem 40 anos, é formado em pedagogia e teve motivações religiosas e políticas, disse hoje o seu advogado.


De acordo com o site de notícias G1, o advogado do suspeito, identificado como Adelio Bispo de Oliveira, referiu que este "confessou e assumiu a autoria do atentado, mas não tinha a intenção de matar".


Ainda segundo o advogado de defesa, as motivações do ataque foram religiosas e políticas, como resposta ao que o suspeito considerava preconceito por parte do candidato.


"Ele disse-me que foram motivações religiosas, de cunho político e também com relação ao preconceito que o Bolsonaro sempre externa nas falas dele de raça, religião, contra mulher inclusive", afirmou Pedro Augusto Lima Possa.


Segundo o advogado, Adelio é solteiro e natural de Montes Claros, completou 40 anos em maio e está em Juiz de Fora há pouco tempo, à procura de emprego, embora trabalhe num restaurante.


De acordo com a assessoria de comunicação do 2.º Batalhão da Polícia Militar de Minas, o suspeito é formado em pedagogia.


Também o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou informações sobre Adelio Bispo de Oliveira, informando que já foi filiado ao partido PSOL, entre 6 de maio de 2007 e 29 de dezembro de 2014. Entretanto, o partido em causa repudiou o atentado contra Jair Bolsonaro, numa nota divulgada.


O advogado do suspeito afirmou à imprensa que Adelio autorizou a Polícia Federal a fazer buscas em sua casa. "Acabei de chegar da residência dele, onde foram realizadas buscas pela Polícia Federal, autorizadas por ele, e só agora as testemunhas serão ouvidas", disse.


O candidato à Presidência brasileira Jair Bolsonaro, atingido na quinta-feira por uma facada durante um ato de campanha em Minas Gerais, foi transferido hoje para um hospital de São Paulo, anunciou o seu filho.


Flávio Bolsonaro mandou ainda uma mensagem para os atacantes do seu pai: "Uma mensagem para esses bandidos: eles acabaram de eleger o novo Presidente, e isso será feito na primeira volta".


Segundo uma sondagem divulgada na quinta-feira - a primeira após o Tribunal Superior Eleitoral ter rejeitado a candidatura de Lula da Silva (PT) -, Jair Bolsonaro lidera a corrida eleitoral de outubro, com 22% das intenções de voto.


Capitão do exército reformado e defensor da ditadura militar -- regime que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985 -, Bolsonaro iniciou a carreira política adotando posições extremadas e discursos agressivos em defesa da autoridade do Estado e dos valores da família cristã.


Ganhou notoriedade nos últimos anos e transformou-se num líder capaz de mobilizar milhares de eleitores desiludidos com a mais severa recessão económica da história do Brasil, que eclodiu entre os anos de 2015 e 2016, ao mesmo tempo que as lideranças políticas tradicionais do país têm sido envolvidas em escândalos de corrupção.


Chamado de "mito" e "herói" pelos apoiantes e de "perigo à democracia" por críticos e adversários, Jair Bolsonaro, de 62 anos, está na política brasileira há 28 anos e foi eleito deputado (membro da câmara baixa) sete vezes consecutivas, mas sem nunca ter ocupado um cargo importante no Parlamento.


Na campanha, Bolsonaro defende os valores tradicionais da família cristã, o porte de armas e 'prega' que o combate à violência no Brasil, país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017, deve ser feito de forma violenta pelas autoridades.


Entre as propostas mais polémicas para a área de segurança pública está a implantação de uma figura jurídica no sistema legal que impediria o julgamento criminal de homicídios cometidos por polícias em serviço.


O candidato declarou, também, que se for eleito não vai aplicar recursos do Governo em instituições que atuam em defesa dos direitos humanos, afirmando pretender retirar o Brasil do Comité de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).


Bolsonaro foi acusado pela Procuradoria-Geral do Brasil do crime de racismo, em 2016, quando comparou com animais os descendentes de negros africanos que fugiram antes da abolição da escravatura e vivem em comunidades rurais demarcadas no interior do Brasil.


O candidato também responde num processo por declarações homofóbicas, feitas num programa de televisão e é investigado por suposta apologia ao crime de tortura.


A última acusação baseia-se na homenagem que fez ao coronel Brilhante Ustra, reconhecido torturador brasileiro, no momento em que votava a favor da destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff, que anos antes de entrar para a política foi presa e torturada durante a ditadura militar.



MYMM (PVJ) // VM


Lusa/Fim